segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Crise ''descola'' empresa de suas ações

Um terço dos papéis da Bovespa está sendo negociado abaixo do valor que corresponderia ao patrimônio real
O Estado de São Paulo / Ana Paula Lacerda e Nicola Pamplona
03/11/2008
Uma das conseqüências da crise econômica foi um descolamento do mercado financeiro do mercado real: um terço das ações da Bovespa está sendo negociado abaixo de seu valor patrimonial, na esteira da turbulência que derrubou o preço das ações nas últimas seis semanas. Durante a semana, dos 66 papéis que compõem o Ibovespa, 22 estavam cotados abaixo do valor patrimonial por ação (VPA). Isso quer dizer que, na bolsa, a empresa valia menos que a soma de todos os seus ativos reais. Antes da concordata do Lehman Brothers nos EUA, em 12 de setembro, apenas 6 ações do Ibovespa estavam cotadas abaixo de seu valor real.
Na bolsa, há vários exemplos de empresas que estão com o valor de mercado ilógico. Dessa forma, abaixo é apresentado um quadro de como está esse movimento, e essas informações não devem consideradas como recomendação de compra ou venda de ações.
A empresa mais castigada por essa diferença, atualmente, é a Eletrobrás. As ações estavam cotadas na sexta-feira a R$ 26,25, valor quase três vezes menor que o VPA de R$ 72,25.
Os analistas afirmam que, por causa do pânico, a cotação atual das empresas não é racional. "O desempenho em bolsas não corresponde às perspectivas de negócios das companhias", diz a analista Paula Kovarsky, da Itaú Corretora.

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