BBC Brasil / Marcia Carmo
04/12/2008
Como sócio da Argentina, "o Brasil não vai querer que o país fique sozinho" nas negociações da Rodada de Doha de liberalização de comércio, afirmou, nesta quarta-feira, à BBC Brasil, o secretário de assuntos econômicos internacionais do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Alfredo Chiaradia.
Ele é o principal negociador da Argentina no Mercosul e nas discussões no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC). Com as declarações, o embaixador sinalizou esperar que o Brasil prefira fortalecer o bloco a optar por Doha.
Brasil e Argentina são os dois principais sócios do Mercosul, que também reúne Paraguai e Uruguai. Mas, os dois países possuem profundas diferenças em relação às negociações da Rodada Doha.
Enquanto o governo brasileiro defende um entendimento ainda neste mês, a Argentina interpreta que as discussões estão desequilibradas, com os países ricos pedindo maior abertura para produtos industriais aos países em desenvolvimento, mas sem oferecer o equivalente na área agrícola.
Segundo Chiaradia, o fato de um dos sócios do Mercosul querer avançar unilateralmente nas negociações externas, coloca em risco alguns pilares do bloco, como a Tarifa Externa Comum (TEC) para os produtos importados de outros países.
O embaixador, no entanto, diz não acreditar que o Brasil coloque em risco a estabilidade do bloco com um eventual acordo unilateral de liberalização do comércio.
"Por que chegar a isso? A situação vai ser resolvida antes. Acho que o Brasil não vai querer que isso aconteça. E estou seguro que o Brasil não vai querer que a Argentina fique sozinha (nas discussões na OMC)".
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Argentina pede que Brasil 'não a deixe sozinha' em Doha
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