Valor Econômico
13/05/2009
A maior parte (66%) dos ouvintes participantes do seminário da EMTA realizado ontem consideram que a economia já chegou no fundo do poço e que a tendência agora é de recuperação.
Os analistas destacaram em suas palestras, no entanto, que a recuperação será lenta e demorada no Brasil e no exterior. E manifestaram opinião unânime de que os juros reais no Brasil poderão ficar, no fim da crise, em níveis mais baixos do que os praticados antes dela.
"A gestão será complicada, pois a economia tende a ir para cima, mas devagar", diz Ilan Goldfajn, economista do Itaú Unibanco, que falou em recuperação na forma de "L", com a base levemente inclinada para cima.
Mas, segundo ele, a boa notícia é que pela primeira vez o país passa por uma crise sem inflação e, portanto, sem queda forte na massa salarial. "É possível fazer uma política fiscal e monetária anticíclica", afirma.
Ele prevê uma queda de 1,5% no Produto Interno Bruto no Brasil neste ano, com retração de 7% no primeiro trimestre. Acha que o superávit fiscal primário deve cair para níveis de 2,5% a 2% do PIB e não voltar tão cedo aos 3,5% a 4% anteriores, o que pode ser um risco.
No entanto, com os juros em queda, a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB poderá baixar para 27,6% do PIB, reduzindo as preocupações fiscais.
Dessa forma, os juros reais poderiam se manter baixos e abaixo dos patamares anteriores à crise mesmo após as taxas básicas Selic atingirem seu piso, em torno de 9% a 8,75% ao ano, e a economia começar a se recuperar, acredita.
Eduardo Loyo, economista do UBS Pactual, concordou que os juros reais podem encontrar seu nível de equilíbrio pós-crise abaixo dos patamares anteriores, mas destacou que podem subir em relação ao piso. "Devem subir um pouquinho, e não 'muitão'", concordou Goldfajn.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Recuperação deve vir já, diz maioria
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