quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Abrapp não vê corrida à renda variável com novas normas

Agência Estado
01/10/2009
As novas normas para os fundos de pensão, anunciadas no último dia 24 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que permitem maior exposição à renda variável (de 50% para 70%) e no exterior (de 3% para 10%), não devem provocar uma corrida dos fundos em direção a este tipo de investimento, na visão do presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça.
Segundo ele, os juros básicos devem voltar a subir no ano que vem, devolvendo parte da rentabilidade perdida com a queda da taxa Selic. Ele lembrou que os fundos estão recuperando sua rentabilidade em 2009 sem alterar seu perfil de investimentos. "Não vejo caos ou crise que justifique uma mudança. Tanto que o setor se recuperou sem mudar nada", afirmou em entrevista coletiva à imprensa realizada no 30º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em Curitiba. Os fundos mantiveram suas posições na bolsa à espera da retomada dos papéis.
Mendonça afirmou que os fundos são investidores e não especuladores e, por isso, estão preocupados com a segurança. Atualmente, a exposição média dos fundos à renda variável é de 19%, ante o limite antigo de 50%, excluindo a Previ, que eleva a média para 29%. "Já estávamos longe do limite e não é a mudança que nos levará a investir", afirmou. No exterior, não há nenhum investimento mesmo com a meta anterior de 3%. Na visão do executivo, o aumento para 10% de limite no exterior poderá justificar o investimento dos fundos em análise nesta área, mas sua opinião pessoal é de que a melhor alternativa é manter o foco no Brasil. "Ainda temos muitas possibilidades no mercado interno", afirmou.
Ele disse que a lei anterior protegeu o setor de muitas "aventuras" no passado e permitiu que os fundos não fossem tão afetados pela crise mundial. Segundo ele, a nova norma também é "prudente", mas dá espaço para cada fundo arcar com suas escolhas de investimento. "A vantagem da nova lei é ser flexível para que as pessoas caminhem por onde devem caminhar", disse.

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