quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Portos esquecem crise e já falam em crescimento

Valor Online / José Rodrigues, Murillo Camaroto, Francisco Góes, Sergio Bueno e Marli Lima
01/10/2009
Alguns dos principais portos brasileiros estão revendo suas projeções e já falam em terminar o ano com crescimento, depois de seguidos meses de balanços negativos. Em Santos (SP), Suape (PE) e Rio Grande (RS) a recuperação puxada pelos granéis já aparece nos números fechados de agosto e nas previsões para setembro e para o quarto trimestre. O porto de Paranaguá (PR) tem registrado crescimento expressivo no embarque de veículos e de commodities agrícolas. A exceção é a movimentação de contêineres.
Santos experimenta uma reviravolta no seu desempenho operacional, depois de uma previsão negativa para 2009 feita em dezembro pela Codesp. O acumulado de cargas movimentadas de janeiro a agosto soma 53,5 milhões de toneladas, alta de 1,6% sobre o mesmo período do ano passado. No total de 2008, Santos chegou a 81 milhões de toneladas, 1% sobre 2007. No início do ano, a expectativa era fechar 2009 com 77,8 milhões de toneladas, queda de 1,6% sobre o ano passado. Agora a Codesp fala em atingir 81,3 milhões de toneladas, alta de 0,2% sobre 2008.
Segundo a Codesp, as exportações estão puxando a reversão de expectativas, apesar do real valorizado. Elas cresceram 15% nos oito primeiros meses, somando 39,6 milhões de toneladas. No mesmo período as importações recuaram 23,7%, com 13,9 milhões de toneladas. As commodities, principalmente açúcar e complexo soja, são destaques nas exportações. "O mercado de açúcar vem sendo estimulado pelas compras da Índia, de tal modo que as exportações brasileiras para esta safra deverão equivaler a 50% do total mundial e desse total Santos abarcará quase 70%", diz José Roberto Serra, presidente da companhia.
Em Rio Grande, depois de três meses consecutivos de queda, o movimento no porto gaúcho recuperou-se a partir de abril e até agosto já acumula alta de 13,9% no segmento de granéis agrícolas em comparação com o mesmo período do ano passado, para 8,3 milhões de toneladas, considerando embarques e desembarques. Nos contêineres, a alta foi de 10,6%, para 414,7 mil TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), informou a superintendência do porto.
Só as exportações de soja em grão, principalmente para a China, cresceram 42% no período, para 4,3 milhões de toneladas, e já superaram a previsão inicial para o ano, que era de 3,6 milhões de toneladas, 9% a mais do que em 2008. Ao mesmo tempo, os embarques de arroz, puxados pela demanda dos países africanos, avançaram 46,1%, para 392,8 mil toneladas. Nas importações, a soja avançou 57,5%, para 457,4 mil toneladas, e o arroz, 83,6%, para 39,9 mil toneladas.
A expectativa no início do ano era no máximo repetir a movimentação de 25 milhões de toneladas registrada em 2008, conta o superintendente Janir Branco. Agora, segundo o executivo, a previsão é fechar 2009 com um volume recorde de 28 milhões de toneladas.

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