quarta-feira, 5 de novembro de 2008

União projeta três ferrovias para operação da iniciativa privada

Gazeta Mercantil
04/11/2008
Sairá do papel mais três trechos ferroviários no País. O secretário executivo do ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, disse que o governo já analisa os estudos para a segunda parte da Ferrovia Norte-Sul, a Transnordestina e a mais nova empreitada do presidente Lula, uma ferrovia que ligará a cidade de Ilhéus (BA) à cidade de Figueirópolis (TO), chamada Oeste-Leste. Com as três ferrovias o governo federal deverá arrecadar cerca de R$ 10 bilhões em outorga.
"São trechos que com grande demanda de operação e que se complementam", disse Oliveira Passos. Para a nova ferrovia Oeste- Leste, o secretário executivo disse que o edital de licitação para operação do trecho deverá ser lançado no início do próximo ano. A construção será feita pela Valec, empresa responsável por todos os projetos ferroviários no País, e demandará cerca de R$ 5 bilhões para uma extensão de 1.490 quilômetros. "A Valec já fez o projeto e o estudo do traçado e podemos começar a obra no segundo semestre de 2010 e o leilão poderá acontecer já no início do próximo ano", disse Oliveira Passos.
Segundo ele, para a concessão deste projeto o governo deve estipular uma outorga de R$ 3 bilhões a ser paga 50% na assinatura do contrato e o restante ao longo da concessão. "O oeste baiano tem uma demanda alta por transporte ferroviário. É uma região produtora de soja e há também mineradoras na região de Brumado", disse o secretário.
Os trechos da ferrovia Oeste-Leste terão bitola larga e, segundo o secretário, será uma obra mais trabalhosa. "É uma região mais ondulada e por isso, há a necessidade de construção de grandes obras de arte, como pontes, viadutos e túneis. E, é bom ressaltar que para o início das obras já temos R$ 350 milhões previstos no orçamento da União".

Pesquisa diz que economia definiu voto de 62% dos eleitores americanos

EFE
05/11/2008
A situação econômica e as propostas dos candidatos para solucionar a crise financeira foram os fatores que mais influenciaram os votos dos americanos que foram às urnas nesta terça-feira.
Segundo uma pesquisa de boca-de-urna elaborada pelas redes de TV "ABC", "CBS", "CNN", "Fox News" e "NBC News", 62% dos americanos que votaram hoje disseram que a economia foi o assunto que determinou a escolha entre um e outro candidato.
Há alguns meses, nada indicava que a situação econômica substituiria o conflito no Iraque como tema mais importante e de maior preocupação dos eleitores.
Assim, cinco anos após a invasão do Iraque, apenas 10% dos eleitores disseram que esse tema foi decisivo para a escolha de seu candidato à Presidência.
De acordo com a mesma pesquisa, 9% dos eleitores levaram em conta as propostas de Barack Obama e de John McCain em matéria de terrorismo e de seguros médicos.
Apesar de a economia ter sido o tema primordial do pleito, os eleitores tiveram que preencher às cegas sua cédula, já que ambos os candidatos evitaram explicar claramente como cumprirão suas promessas.
Tanto Obama como McCain mantiveram o coração de sua plataforma - a diminuição dos impostos e a reforma do sistema de saúde - ao longo da campanha eleitoral, embora com profundas diferenças, sobretudo na questão tributária.
Obama prometeu reduzir os impostos de 95% dos americanos e elevar os tributos para aqueles que ganham mais de US$ 250 mil ao ano, ao passo que os cortes nos impostos prometidas por McCain beneficiarão principalmente as pessoas de maior poder aquisitivo, segundo alguns analistas

Pacote de "bondades" para segurar os efeitos da crise

Diário do Comércio
04/11/2008
Preocupado em evitar que o empresariado brasileiro desanime e corte seus planos de investimento diante da crise, o governo estuda um conjunto de "bondades" para o setor produtivo. Na quinta-feira, serão liberados mais R$ 5,3 bilhões em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF) para micros, pequenas e médias empresas.
No mesmo dia, o governo deverá colocar em discussão, no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), duas propostas apresentadas pelos empresários: o alongamento do prazo de recolhimento de tributos e a criação de um fundo de R$ 10 bilhões para financiar a infra-estrutura. Embora o governo ainda não tenha "batido o martelo" sobre ambas, há boa vontade especialmente na ala política da equipe.
Os recursos adicionais para as microempresas estão praticamente certos e deverão ser aprovados no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). De imediato, será liberado R$ 1,3 bilhão. Outros R$ 4 bilhões chegarão aos bancos até dezembro. "É uma maneira de enfrentar a crise e destravar o mercado de crédito", declarou o presidente do Conselho, Luiz Fernando Emediato.
O recurso virá de um remanejamento de verbas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) aplicadas em títulos públicos federais. É um excedente de cerca de R$ 6 bilhões à reserva de contingência do fundo que, por lei, hoje deve ficar em torno de R$ 11 bilhões.
Na ponta do lápis – Hoje, a secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, deverá apresentar ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, estudo sobre pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de ampliação do prazo de pagamento dos tributos. Ele contemplará hipóteses como adiar o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do dia 20 para o dia 30. Também analisará a possibilidade de os tributos serem pagos a cada 60 dias, e não a cada 30, como hoje. Para a CNI, essas medidas de caráter provisório reforçariam o capital de giro das empresas. O secretário-adjunto Otacílio Cartaxo frisou que a decisão será do ministro da Fazenda.
Outra proposta a ser colocada em pauta é a criação de um fundo de R$ 10 bilhões para garantir a continuidade dos projetos de infra-estrutura, no valor de R$ 90 bilhões, com recursos do BNDES, BB e fundos de pensões.

Gartner corta previsão sobre mercado de chips em US$25 bi

Reuters / Tarmo Virki
05/11/2008
A companhia de pesquisa de mercado Gartner reduziu nesta terça-feira sua previsão sobre o mercado de semicondutores em 2009 em mais de 25 bilhões de dólares por causa da crise econômica.
A Gartner espera que o faturamento com semicondutores em 2009 some 282 bilhões de dólares, alta de 1 por cento em relação a este ano. A companhia havia previsto inicialmente que o mercado cresceria 7,8 por cento em 2009, para 307,7 bilhões de dólares.
A empresa estima que as receitas mundiais com chips em 2008 alcancem a cifra de 279,4 bilhões de dólares, alta de 2 por cento sobre 2007.
"O crescimento dos semicondutores foi surpreendentemente forte até recentemente, dado o ambiente econômico muito fraco, mas isso vai começar a mudar no quarto trimestre de 2008", disse Bryan Lewis, vice-presidente de pesquisa da empresa, em comunicado.
"Evidências crescentes sugerem que a indústria de semicondutores verá crescimento negativo a partir do quarto trimestre de 2008 e isso deve continuar durante a maior parte de 2009", afirma o analista.

Crise financeira já afeta mercado mundial de celulares, diz IDC

Valor Online / José Sergio Osse
05/11/2008
A crise financeira global já foi sentida no mercado mundial de celulares no terceiro trimestre deste ano. Segundo a consultoria IDC, as vendas subiram apenas 3,2% no período, em relação ao mesmo trimestre do ano passado, enquanto recuaram 0,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No total, foram vendidos 299 milhões de aparelhos entre julho e setembro. Historicamente, esse período é marcado por uma aceleração na produção, para atender os pedidos do final de ano. A redução em comparação aos três meses anteriores, portanto, indica os primeiros efeitos da crise no setor. Em geral, na comparação anual, o ritmo de expansão nas vendas fica próximo a 20%, afirma o IDC.
"Os fabricantes de celulares sentiram a pressão da debilidade econômica no terceiro trimestre de 2008 e, como resultado, as vendas em unidades e valores caíram indiscriminadamente", afirmou o analista de pesquisa do Estudo Trimestral de Telefones Móveis do IDC, Ryan Reith. "Houve dois sinais de esperança, de dois dos principais atores desse mercado, durante o terceiro trimestre. Em primeiro lugar, como era esperado e agora confirmado, a Apple apresentou um trimestre muito bem sucedido e está no caminho para superar sua estimativa inicial de vendas para 2008. Em segundo lugar, o executivo-chefe da Nokia, Olli-Pekka Kallasvuo anunciou uma perspectiva positiva para 2008, apesar do terceiro trimestre difícil. Isso é o positivo para toda a indústria uma vez que a Nokia ocupa a liderança desse mercado já há um bom tempo", acrescentou.
Outro fator que deverá afetar o setor no próximo trimestre, segundo o IDC, é a queda no preço médio de venda dos celulares. Com a competição mais acirrada no período de final de ano por conta da retração na demanda, a expectativa é de um trimestre de negócios mais fracos. Para o ano que vem, a expectativa é por ritmo de negócios ainda menor e competitividade ainda maior.
Segundo a consultoria, porém, nem tudo é má notícia. Embora o mercado de celulares comuns tenha apresentado crescimento fraco, o de telefones inteligentes (smartphones) registrou forte expansão. Um dos motivos para isso foi a apresentação do iPhone com tecnologia de terceira geração (3G), da Apple. Esse lançamento não foi "apenas um grande passo para a Apple, mas levantou a procura por smartphones em geral", afirmou o analista de Tecnologia e Tendência em Aparelhos Móveis do IDC, Ramon Llamas. "Adicione a isso a atenção criada pelo G1, com sistema operacional do Google, e os smartphones de repente se encontram na posição de aparelho desejado não apenas por consumidores cativos como por aqueles de primeira viagem", afirma Llamas.

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Crise financeira já afeta mercado mundial de celulares, diz IDC

Chile anuncia medidas de estí­mulo à economia

Brazil may trim 2009 GDP growth in budget outline

Tue Nov 4, 2008 5:55pm EST
BRASILIA, Nov 4 (Reuters) - Brazil's government could reduce its forecast for the gross domestic product (GDP's) growth in its 2009 budget outline due to the global financial crisis, Planning Minister Paulo Bernardo said on Tuesday.
The increase in Brazil's GDP could be revised down to 3.7 to 3.8 percent, compared with 4.5 percent previously.
"(The economic growth) is a little smaller than we had forecast," Bernardo told reporters adding the revision has not been formally defined yet.
Brazil's 2009 budget proposal is expected to be sent to Congress by Nov. 20.
Brazil's net tax revenue could fall next year by up to 9 billion reais ($4.26 billion) from the previous estimate due mainly to a lower pace of economic growth, Bernardo said.
The 4.5 percent inflation estimate for 2009 could also be raised, he said, in line with market's expectations.
($1 = 2.111 reais)
(Reporting by Fernando Exman; Translated by Inae Riveras; Editing by Diane Craft)

UPDATE 2-Brazil to offer dollar repos targeted at exporters

Tue Nov 4, 2008 6:06pm EST
(Adds value of offer)
BRASILIA, Nov 4 (Reuters) - Brazil's central bank said on Tuesday it will offer $2 billion in dollar repurchase agreements targeted at exporters, its latest effort to ease a liquidity crunch in the foreign exchange market.
The repurchase agreements, or repos, will be offered in an auction on Wednesday, and banks purchasing the contracts must use the funds for trade financing, the central bank said. Banks, in turn, can use their loan agreements with exporters as collateral for the currency acquired in the auction.
"The operation is very important because it aims to normalize export financing," Henrique Meirelles, Brazil's central bank president, told a news conference in Brasilia.
During a previous, similar auction, the central bank required banks to put up sovereign bonds as collateral.
The central bank in recent weeks has also sold dollars in the spot market and eased banks' reserve requirements to ease the credit crunch.
"If necessary, the central bank will continue to provide liquidity to the dollar interbank market," said Mario Toros, head of monetary policy at the central bank.
Toros said the central bank would tap its international reserves for these operations. (Reporting by Isabel Versiani, Writing by Ana Nicolaci da Costa and Inae Riveras; Editing by Diane Craft)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Fusão mostra que o mercado brasileiro está indiferente à crise, diz especialista

Parlamento do Mercosul sugere criação de conselho para monitorar a crise financeira internacional

Carga tributária inibe a competitividade

Fundos querem sair da renda variável

Estudos sobre pré-sal terminam neste mês, diz Lobão

Reforma Tributária, já vimos tantas vez esse filme

Gazeta Mercantil / Liliana Lavoratti
04/11/2008
Como das tantas tentativas anteriores, o debate sobre a reforma tributária que vai ter início nesta semana na comissão especial da Câmara dos Deputados, em Brasília, está fadado ao fracasso. Além de todas as razões que numa conjuntura normal já seriam mais do que suficientes para empacar o andamento de uma proposta de emenda constitucional alterando o sistema tributário vigente, agora existe uma a mais: a crise internacional provocando a desaceleração do crescimento da economia brasileira em 2009, e sabe-se lá até quando.
Toda vez que a reforma tributária ressurge no horizonte, duas coisas me vêm à cabeça. A primeira é o filminho do que aconteceu em torno desse assunto nos últimos vinte anos. E a imagem associada a essa idéia é a do cachorro correndo atrás do próprio rabo, sem encontrar uma saída. Essa situação se configura novamente com a tentativa natimorta — talvez a qüinqüagésima? — de levar uma proposta de emenda constitucional até a votação final, no plenário do Congresso Nacional.
Cabe no mínimo perguntar por que depois da Constituinte de 1988 a reforma tributária não vingou, embora a legislação vigente seja uma verdadeira colcha de retalhos em decorrência das sucessivas modificações promovidas ano após ano, de acordo com os interesses da hora — quase sempre contra o bolso do contribuinte, diga-se de passagem. Mesmo que alguns avanços tenham sido feitos, como o fim da cumulatividade do PIS e da Cofins, a grande maioria das alterações mirou o aumento da arrecadação.
Muitas coisas poderiam ser lembradas acerca disso, entretanto, uma parece mais do que clara: a reforma tributária permanece inviável. E a história é igualzinha às anteriores: os motivos para não fazer a reforma tributária superam, em número, gênero e grau, as razões favoráveis às alterações nas regras que hoje garantem ao Estado brasileiro (União, estados, municípios e Distrito Federal) abocanharem quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Como dizia o então presidente da Comissão de Reforma Tributária e deputado Germano Rigotto, nas acaloradas discussões dos anos 90, a reforma tributária é a noiva que todos querem namorar, porém ninguém quer levar para o altar.
Se em tempos de vacas gordas — como antes de a crise financeira internacional respingar por aqui, ou até mesmo durante o Plano Real — as forças políticas e econômicas não conseguiram costurar um acordo para refazer o chamado pacto federativo firmado na Carta de 1988, por que em época de retração da economia haveria algum espaço para desonerar a produção e o bolso dos contribuintes em geral? Improvável, a começar pelas barreiras de toda ordem trazidas à tona quando se trata de rever a divisão das responsabilidades perante a população, estabelecidas para cada esfera de governo, e os respectivos meios para viabilizar esses serviços, na forma de cobrança de tributos. O governo federal quer concentrar cada vez mais o poder de arrecadar tributos, os governos estaduais não querem perder a galinha dos ovos de ouro (o ICMS), os sonegadores não querem pagar mais, e assim por diante.
Refazer o famigerado pacto federativo é uma tarefa gigante que requer, acima de tudo, força política. Se os dois partidos que ocuparam o Palácio do Planalto desde que o País começou a pensar em reforma tributária — dois mandatos do PSDB e o PT, em seu segundo — não fizeram isso quando eleitos ou reeleitos, por que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encararia uma encrenca desse tamanho a partir de agora, reta final de seu governo? Justamente agora que a própria equipe econômica admite reduzir o tamanho do superávit primário — que, a exemplo da reforma tributária, foi vendido aos brasileiros como o caminho que nos levaria ao paraíso.
Por isso, o debate que os parlamentares planejam começar nesta semana não trará nada de novo. Vamos rever um filme bem batido.

Parlamento do Mercosul sugere criação de conselho para monitorar a crise financeira internacional

Agência Senado
04/11/2008
O Parlamento do Mercosul aprovou nesta segunda-feira (3) uma sugestão, ao Conselho do Mercado Comum, de criação de um grupo de monitoramento da crise financeira internacional destinado a acompanhar os desdobramentos da crise sobre o processo de integração regional, assim como propor medidas para amenizar os efeitos da "turbulência mundial" sobre os países integrantes do bloco.
O projeto da declaração foi apresentado pelo presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Entre outras medidas, o texto sugere ainda a adoção conjunta de ações destinadas a "estimular as atividades econômicas que venham a ser mais afetadas pela redução do crescimento" e a flexibilização, em casos de "evidente e grande necessidade", de exceções à tarifa externa comum, de modo a "mitigar as pressões sobre os setores mais vulneráveis à concorrência externa".
A crise financeira mundial foi escolhida como tema proposto para a sessão desta segunda-feira. Primeiro a falar sobre o tema, Mercadante afirmou que esta é a "maior crise financeira de nossa geração". Só a crise de 1929, observou, teve dimensões semelhantes. Mas a Bolsa de Nova York já caiu, em 2008, mais do que na crise de 1929. A instabilidade e a aversão ao risco permanecem, como observou o senador, e a crise em breve deverá ter reflexos diretos na economia real, gerando desemprego. Em sua opinião, os países do Mercosul não serão poupados nesse processo.
- A queda de preços das commodities, as restrições às linhas de crédito e a queda na demanda internacional por nossas exportações provocarão impacto nas contas externas e nas contas públicas de nossos países. A resposta não é o isolacionismo. Precisamos de mais integração. A crise dará lugar a uma nova ordem econômica internacional e, nessa construção, nossa região pode sair na frente - disse Mercadante.

Fusão mostra que o mercado brasileiro está indiferente à crise, diz especialista

Rodrigo Postigo
04/11/2008
A fusão dos bancos Itaú e Unibanco, anunciada nesta segunda-feira, para formar um dos 20 maiores conglomerados do mundo, deve fortalecer o mercado financeiro nacional. Quem explica é o economista e professor da Universidade Ibmec do Rio de Janeiro Gilberto Braga, para quem a associação mostra que “o mercado financeiro não está a beira da ruína”. “[O mercado financeiro brasileiro] está indiferente ao que aconteceu lá fora, está sadio”, afirmou.
Braga explicou que a fusão deve fortalecer o mercado nacional e dar mais vigor para a atuação do novo conglomerado também fora do País. A junção das operações torna a instituição a maior do Hemisfério Sul, com ativos totais de R$ 575,1 bilhões. “A tendência é uma operação internacionalizada, que abre espaço para outras operações”, disse.
Segundo o especialista, o anuncio é uma “surpresa positiva” para os mercados e acaba com rumores de que o Unibanco enfrentava problemas financeiros por possuir ações da American International Group (AIG) - maior seguradora americana que foi atingida pelo estouro da bolha das hipotecas nos Estados Unidos. “Este anuncio coloca uma pedra em cima das especulações”, considerou.
Para o economista, a fusão do Itaú com o Unibanco minimiza a disputa pelos clientes de classe alta, já que as duas instituições competiam por esse mesmo grupo. “O Itaú se completa bem com Unibanco porque o Unibanco tem clientela de classe alta e reforça o seguimento que o Itaú começou a trabalhar quando ficou com ações do Personnalité”, explicou, acrescentando que, por ser um banco médio, o Itaú era bastante cobiçado por instituições maiores.
Um dos prejudicados com a associação deve ser o Citibank, que também disputa o mesmo nicho do mercado com o Itaú e o Unibanco. “Ele passa por um momento difícil. A tendência agora é crescer abrindo pequenas agências”, acredita o professor Braga.