Rodrigo Postigo
04/11/2008
A fusão dos bancos Itaú e Unibanco, anunciada nesta segunda-feira, para formar um dos 20 maiores conglomerados do mundo, deve fortalecer o mercado financeiro nacional. Quem explica é o economista e professor da Universidade Ibmec do Rio de Janeiro Gilberto Braga, para quem a associação mostra que “o mercado financeiro não está a beira da ruína”. “[O mercado financeiro brasileiro] está indiferente ao que aconteceu lá fora, está sadio”, afirmou.
Braga explicou que a fusão deve fortalecer o mercado nacional e dar mais vigor para a atuação do novo conglomerado também fora do País. A junção das operações torna a instituição a maior do Hemisfério Sul, com ativos totais de R$ 575,1 bilhões. “A tendência é uma operação internacionalizada, que abre espaço para outras operações”, disse.
Segundo o especialista, o anuncio é uma “surpresa positiva” para os mercados e acaba com rumores de que o Unibanco enfrentava problemas financeiros por possuir ações da American International Group (AIG) - maior seguradora americana que foi atingida pelo estouro da bolha das hipotecas nos Estados Unidos. “Este anuncio coloca uma pedra em cima das especulações”, considerou.
Para o economista, a fusão do Itaú com o Unibanco minimiza a disputa pelos clientes de classe alta, já que as duas instituições competiam por esse mesmo grupo. “O Itaú se completa bem com Unibanco porque o Unibanco tem clientela de classe alta e reforça o seguimento que o Itaú começou a trabalhar quando ficou com ações do Personnalité”, explicou, acrescentando que, por ser um banco médio, o Itaú era bastante cobiçado por instituições maiores.
Um dos prejudicados com a associação deve ser o Citibank, que também disputa o mesmo nicho do mercado com o Itaú e o Unibanco. “Ele passa por um momento difícil. A tendência agora é crescer abrindo pequenas agências”, acredita o professor Braga.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Fusão mostra que o mercado brasileiro está indiferente à crise, diz especialista
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