Ivan Postigo
Visitando empreendimentos com freqüência, conversando com profissionais no mercado, entrevistando pessoas, vemos que há uma quantidade significativa de empresas mal organizadas, sem um sistema de PCP (planejamento e controle de produção) eficazes, com frágeis controles de caixa, sistemas de gestão computadorizados incompletos e deficientes, gerando dificuldades para a administração dos negócios, custos desnecessários, alimentando vícios e ineficiências.
Qualquer trabalho sério de levantamento de dados e observação de ambiente vai mostrar claramente os pontos fracos, os profissionais descontentes e as pessoas dispostas a por as mãos na massa para equacionar as questões.
Coloca-se então a pergunta: Se é tão fácil perceber, porque é tão difícil resolver?
Por um fator não tão simples de entender e equacionar: vontade política. Questões técnicas , normalmente , são rapidamente solucionadas .
Não aceitar essa premissa é colocar uma pedra sobre a questão, pois a palavra chave é vontade.
Fatores como aversão ao risco da empreitada, investimento a ser feito, interesses de pessoas e grupos, facilmente inviabilizam o processo de organização.
Por uma questão de foro íntimo, muitas pessoas não aceitam serem questionadas, contestadas, terem suas idéias rejeitadas, principalmente quando já tiveram relativo sucesso na vida.
O processo de mudança muitas vezes nos coloca frente a decisões que tomamos e que geraram prejuízos. Quanto mais flexíveis e dispostos estivermos para analisar, avaliar e ouvir opiniões sobre nosso modelo de gestão menos riscos de erros corremos.
Como profissionais às vezes não buscamos especialização em determinados assuntos, mas por uma série de acontecimentos algo se especializa em nós.
Equacionamento financeiro é uma das coisas que se especializou em mim, com isso detecto com facilidade os problemas e as alternativas.
Em uma apresentação sobre o equacionamento de caixa, um empresário, sócio majoritário do empreendimento, me perguntou: Por que você como consultor acha que vai conseguir recursos mais baratos do que eu que sou um empresário conhecido?
Fazendo reuniões com os bancos com o plano preparado ficou claro que essa era uma competência que ele não tinha e precisava adicionar à sua empresa, com isso o pessoal da tesouraria foi treinado e capacitado para tanto.
Um viés de percepção estava, entre outras coisas, fazendo a empresa ter gastos financeiros desnecessários.
Infelizmente já vi casos tristes, onde o trabalho de reorganização foi sendo protelado, o filho, sócio minoritário, queria programar mudanças, mas o pai não aceitava interferências externas e achava o investimento desnecessário. Alguns meses depois vim a encontrá-los para ouvir: O que não investimos em organização, hoje gastamos com advogados para evitar a falência e tentar vender o que sobrou.
Seja você um empresário, um executivo no comando de uma organização, um analista, um auxiliar, não importa, a posição que ocupa não lhe dá a primazia do melhor entendimento, pare , desarme-se, olhe em volta e veja o quanto pode fazer para melhorar a organização em que trabalha.
Muitas vezes você vê o que está errado, não tem competência técnica para resolver, mas pode sugerir recomendar, contratar quem resolva.
Considero que a maior capacidade que um gestor pode desenvolver é a de adicionar competência. Isso não quer dizer sair contratando todo mundo , nenhuma empresa pode ser um banco de talentos sem gerar resultados.
Desenvolver sim a capacidade de adicionar recursos que melhore o fluxo de rendimentos, margens e lucros da empresa.
Prestem atenção e vejam que o processo de gestão boa parte do tempo é esforço para equacionar e programar o óbvio, contudo é importante lembrar a famosa frase: O óbvio muitas vezes é invisível. Por essa razão os mágicos se beneficiam disso para fazer o que parece impossível.
Alguma vez quando lhe mostraram como uma mágica é feita você achou o processo complexo? Claro que não!!!!!
Uma curta mensagem que faz uma diferença enorme para quem quer ter sucesso:
A sua empresa é como um pássaro.
Para voar suas asas tem que estar em perfeita ordem, fortes e ágeis, pois um pássaro com asa quebrada não voa alto.
Não sendo assim terá que tratá-lo, colocá-lo em perfeita saúde para que voe alto e seja capaz de escapar dos predadores.
Ivan Postigo
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Uma lição para gestão empresarial: Pássaro com asa quebrada não voa alto
Publicado por Agência de Notícias às 8.11.07
Marcadores: Colunista - Ivan Postigo
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