Rodrigo Postigo
11/04/2008
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, condicionou o envio de um socorro energético à Argentina à melhora da situação dos reservatório no Sul do Brasil, que estão em níveis abaixo da média e por isso recebendo reforço de outras regiões do País.
Segundo Tolmasquim, os reservatórios apontam para níveis inferiores ao esperado para essa época do ano, e por isso a região Sul tem recebido dos sistemas Nordeste e Sudeste cerca de 4 mil megawatts.
"O reservatório do Sul está realmente abaixo da média, mas estamos numa situação no Nordeste e Sudeste excepcionalmente boa", afirmou.
O executivo lembrou que em 2006 a região Sul viveu a sua maior seca em 70 anos. Na época, as regiões Nordeste e Sudeste enviaram 6 mil megawatts para evitar um colapso no sistema.
"Agora o envio está entre 4 e 4,5 mil megawatts...não chegou ao máximo que ainda pode ser mandado", disse ele durante o fórum "Diálogos Capitais", promovido pela revista Carta Capital.
Tolmasquim ressaltou também que desde o racionamento de energia, em 2001, o número de linhas de transmissão no Brasil dobrou, tornando mais seguro o sistema.
O executivo afirmou que estão em curso as negociações bilaterais entre Brasil e Argentina para que haja troca de energia, seguindo um acordo firmado entre os presidentes dos dois países em fevereiro. Pelo acordo, o Brasil poderia enviar energia durante o inverno para a Argentina e o caminho inverso seria feito no verão brasileiro.
"Há conversações nessa direção, mas é claro que isso depende da segurança do sistema elétrico brasileiro...se a gente conseguir resolver a questão do Sul, poderá ser feito isso", disse Tolmasquim, sem explicar qual volume seria enviado para o país vizinho.
Em entrevista no início do ano, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, havia informado que o Brasil poderia enviar 400 megawatts para a Argentina.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Estiagem no Brasil ameaça envio de energia à Argentina
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