sexta-feira, 11 de abril de 2008

S&P destaca alta burocracia tributária no Brasil

Agencia Estado
11/04/2008
A presidente da agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) para o Brasil, Regina Nunes, reclamou da enorme burocracia envolvida no pagamento de impostos no País, mas ressaltou que uma reforma fiscal não é condição necessária para a obtenção do grau de investimento. Para ela, o problema não está tanto no elevado nível de tributação, estimado em cerca de 39% do Produto Interno Bruto (PIB), mas na burocracia envolvendo o processo. "Qualquer melhora de simplificação e redução de cascata faria com que o Brasil tivesse um benefício monstruoso", declarou.
Regina Nunes destacou que os impostos em casta dificultam a competitividade do País. "Se a reforma tributária vier e for boa, isso só ajuda na consolidação do grau de investimento, mas não vai forçar isso", avaliou. A executiva foi enfática ao afirmar que as reformas estruturais não são condição para o grau de investimento e disse que tem expectativas de que o Brasil faça grandes reformas no curto prazo. "As reformas são bem vindas e grandes reformas devem começar de algum lugar", ressaltou.
Em sua avaliação, se uma reforma tributária reduzir os impostos em cascata, a perspectiva para o Brasil melhora. Regina chamou atenção para a arrecadação recorde do País durante o mês de janeiro e disse que está errado quem pensa que o resultado esteve relacionado ao fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para ela, a arrecadação "teve tudo a ver com o crescimento do País" e aproveitou para destacar que a imposição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) onera muito mais a produtividade.

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