Valor Econômico / Genilson Cezar
02/05/2008
Desde 1º de abril, pelo menos cinco mil empresas de setores de cigarros (fabricantes e distribuido¬res atacadistas) e combustíveis (produtores, distribuidores, transportadores e revendedores varejistas) são obrigados a emitir nota fiscal eletrônica (e-NF) para vendas internas e operações interestaduais. São basicamente grandes empresas, neste primei¬ro momento. Mas a exigência da Receita Federal não vai deixar ninguém de fora. "A nota fiscal eletrônica é um benefício que a modernidade e a informatização trazem para todas as empresas brasileiras, de qualquer tama¬nho", avalia Helena Rego, analista do departamento de políticas públicas do Sebrae-Nacional.
A e-NF passa a substituir a nota fiscal modelo 1/1ª, utilizada para transações comerciais com merca¬dorias entre pessoas jurídicas. Nada muda para o consumidor comum, que continuará recebendo o cupom fiscal de papel. Mas para quem vende produtos, as novas regr¬as trazem vários benefícios. Além de maior confiabilidade e melhoria no processo de controle fiscal, melhor intercâmbio e com¬partilhamento de informações en¬tre os fiscos e redução de custos e entraves burocráticos, a nota fiscal eletrônica vai facilitar o cumpri¬mento das obrigações tributárias e o pagamento de impostos e contri¬buições, diminuir a sonegação e aumentar a arrecadação de tribu¬tos. Há previsão de ganhos tam¬bém com o acesso mais rápido às informações, eliminação do uso do papel e redução de custos de impressão, de armazenamento, e possibilidade de gerenciamento eletrônico dos documentos, com a eliminação dos riscos de extravios de documentos.
Claro, não se vai chegar ao me¬lhor dos mundos facilmente. "As pequenas empresas terão que se estruturar tecnologicamente para assegurar que todas as informa¬ções mencionadas na nota estarão corretas e de acordo com a lei, uma vez que o sistema de e-NF dificulta a correção de erros e as retificações. Por isso é importante saber investir em soluções confiáveis, que atendam às necessidades da empresa para que esta não corra o risco de enviar informações incor¬retas aos órgãos do governo", aler¬ta Julio Bertolini, diretor comercial e de marketing da ABC71 Soluções em Informática, uma empresa com faturamento de R$ 7,5 mi¬lhões em 2007. A ABC71 desenvol¬veu duas soluções para atender à demanda das empresas para se adequarem às exigências da nota fiscal eletrônica: um produto de maior porte, baseado no software de ERP Ómega, criado em 1990, que, além de fazer a comunicação entre o cliente e a Secretaria da Fa¬zenda (Sefaz), possibilita uma sé¬rie de outras validações fiscais, e um aplicativo que permite sim¬plesmente a comunicação da em¬presa com a Sefaz.
Nesse último caso, a empresa vem desenvolvendo um projeto-piloto com a Decar, empresa de auto-peças, sediada na Barra Funda (SP), espe¬cializada na fabricação de motor, embreagem e suspensão para aten¬der várias montadoras. "Temos uma carteira de 360 clientes que utilizam nosso software de gestão empresa¬rial Ómega, que traz os recursos para nota fiscal eletrônica. Mas nosso ob¬jetivo é investir nas micro e peque¬nas empresas com oferta de solução específica", diz Bertolini.
O custo do investimento em in¬formatização é realmente um obstá¬culo para os pequenos. As grandes empresas, que devem entrar na se¬gunda fase, a partir de setembro, com força total (fabricantes de auto¬móveis, fornecedores de energia elé¬trica, medicamentos, semi acabados e laminados, ferros gusa etc), estão numa situação confortável Para um grande atacadista, por exemplo, o custo de investimento fica diluído na quantidade de nota fiscal emiti¬da. É o caso, por exemplo, da Givau¬dan, do ramo de aromas e fragrân¬cias, que investiu R$ 150 mil para en¬trar no projeto de nota fiscal eletrô¬nica. A empresa emite 2,5 mil notas fiscais na unidade de Jaguaré (SP) e 1,5 mil na unidade de Vinhedo, e a economia obtida com redução de custos de papel, impressão, digita¬ção, entre outras, pagou o investi¬mento realizado.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Nota fiscal eletrônica vai chegar ao pequeno
Publicado por Agência de Notícias às 2.5.08
Marcadores: Tributária
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