BBC / Fernanda Nidecker
15/08/2008
A desaceleração da economia européia, reforçada através de novos indicadores nesta quinta-feira, expõe um "ponto fraco" na estratégia de exportação brasileira centrada na venda de produtos agrícolas, segundo a avaliação de um economista ouvido pela BBC Brasil. "A estratégia de exportação de produtos agrícolas pelo Brasil deu muito certo até agora. Mas está se revelando um ponto fraco, porque a crise econômica na Europa e nos Estados Unidos não vai poupar o Brasil", disse o francês Thomas Coutrot.
Para o francês Thomas Coutrot, as exportações de commodities, um dos pontos mais fortes do País, podem se revelar o contrário diante da queda das maiores economias do continente.
É que a diminuição da demanda dos mercados internos europeus tem o potencial de afetar as exportações brasileiras de produtos básicos, ele argumenta.
Nesta quinta-feira, o Departamento de Estatística oficial da Comunidade Européia, Eurostat, divulgou que o PIB dos 15 países da zona do euro recuou 0,2% no segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano. Nos 27 países do bloco, a retração foi de 0,1%.
Para o economista, o anúncio não é uma boa notícia para o Brasil, que destina 1/4 de suas exportações ao bloco europeu.
O governo brasileiro tem enfatizado que grande parte do crescimento do País se deve à atividade interna, sobretudo ao aumento do consumo dos brasileiros.
Mesmo assim, Coutrot acredita que há "necessidades não supridas" no mercado interno, "como habitação, transporte e alimentação".
Ele acredita que o governo do Brasil deveria reequilibrar o modelo de crescimento do país e se voltar para tais necessidades.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Crise da UE e EUA não irá poupar Brasil, diz analista
Publicado por Agência de Notícias às 15.8.08
Marcadores: Economia, Exportação
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