terça-feira, 7 de julho de 2009

Sem espaço para cortar imposto, governo opta por mais crédito

Redução de juros e liberação do compulsório são medidas apontadas pelos ministros Miguel Jorge e Mantega
Agência Estado / Ana Paula Ribeiro e Ricardo Leopoldo
07/07/2009
Para estimular a economia, o governo quer agora reforçar o estímulo ao crédito. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, isso será feito com medidas como a redução dos juros, em detrimento dos benefícios fiscais. "Cada vez está mais difícil reduzir impostos", disse.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirma este cenário. Segundo ele, se necessário, o governo poderá liberar mais o compulsório. Isso significa que os bancos recolheriam menos recursos ao Banco Central e, com isso, teriam mais dinheiro para emprestar.
Segundo Miguel Jorge, o Ministério estuda atualmente um mecanismo para estimular as exportações, especialmente de pequenas e médias empresas, e possíveis incentivos ao setor têxtil.
O ministro lembrou ainda que, mesmo antes do acirramento da crise financeira, sua pasta já trabalhava com medidas para estimular setores específicos, como aqueles que fazem parte da política de desenvolvimento produtivo, que engloba, entre outros setores, o de inovação tecnológica, fármacos e indústria naval.
Economia mantida
O ministro da Fazenda afirmou que o governo vai manter a meta de 2,5% do PIB de superávit primário neste ano e que, em 2010, tal poupança do Orçamento deve subir e retornar para 3,3% do PIB. "O superávit primário deste ano será aquele já anunciado por nós de 2,5%. Estamos fazendo um superávit primário menor este ano para poder fazer as medidas anticíclicas que estão dando muito certo", comentou. "Mas isso não compromete as contas públicas. Nós continuamos mantendo a relação dívida/PIB baixa e, para o próximo ano, voltaremos para o superávit primário de 3,3% do PIB".
O ministro ressaltou que o governo vai manter seu cronograma de investimentos públicos e a liberação de recursos para programas sociais, como Bolsa Família, ao mesmo tempo que as contas públicas permanecerão sólidas e o País manterá a estabilidade fiscal. "Em nenhum momento, eu pensei em reduzir mais o superávit primário para este ano. Alguns andavam falando em primário zero. Isto não é verdade, pois nós vamos manter a meta do superávit e também a solidez das contas públicas brasileiras", comentou.

Nenhum comentário: