segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Fiesp projeta prejuízo de R$ 90 bi nas exportações do País

Terra / Luiz de França
11/08/2008

A atividade exportadora brasileira irá amargar um prejuízo de R$ 90 bilhões até o final deste ano devido à valorização do real. Essa é a previsão do diretor de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, expressa nesta sexta-feira, em São Paulo. A entidade discutiu nesta sexta alternativas para amenizar a alta do real frente ao dólar.
"O que está segurando a balança comercial são as commodities agrícolas, pois as exportações estão caindo", afirmou Gianetti, que irá se encontrar em duas semanas com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e técnicos do Banco Central para discutir ações para conter a valorização cambial.
Com uma visão pessimista da economia para os próximos dois anos, caso o câmbio não volte a subir a "patamares mais saudáveis", Gianetti desafia o governo a equilibrar o déficit do governo.
"Caso isso não ocorra, haverá um sério risco de entrarmos em uma crise pior que a de 2002", alerta o diretor.
Entre as ações propostas pela Fiesp para conter a valorização do câmbio, estão promover e estimular a contratação de financiamentos pré-embarque, utilizando recursos em moeda doméstica; a abertura de contas em moeda estrangeira no Brasil para exportadores e importadores cadastrados no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen) e no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex); além de aprimorar os regulamentos que tratam da dispensa de cobertura cambial, de forma a estimular a compensação cambial e a retenção de divisas pelos exportadores em contas bancárias no exterior.
"Precisamos criar demanda de dólar", completa Gianetti, que lembra que a posição vendida dos bancos, que em julho deste ano era de US$ 7,5 bilhões, está hoje quase zerada.
Ainda conforme dados da Fiesp, o real foi a moeda que mais se valorizou nos últimos cinco anos, chegando a 46%. Países como o Japão e a China tiveram suas moedas valorizadas nesse mesmo período de 10 e 17%, respectivamente.
"A gente ainda não está sentindo os efeitos de câmbio, mas essa sensação ainda somente poderá ser sentida por um período curto", alerta.

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