segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Uruguai pedirá "flexibilidade" ao Mercosul para acordos

EFE
08/08/2008
O governo uruguaio pedirá ao Mercosul "flexibilidade" para que os parceiros possam avançar a velocidades diferentes nas negociações de acordos comerciais com os Estados Unidos e a União Européia (UE).
A afirmação foi feita pelo diretor de Assuntos Econômicos e do Mercosul da Chancelaria uruguaia, Elbio Roselli, em declarações publicadas hoje pelo semanário "Búsqueda".
Na entrevista, ele insistiu em que a Argentina tem um modelo de desenvolvimento "muito diferente" dos de Brasil, Paraguai e Uruguai, os outros membros plenos do Mercosul.
Essa flexibilidade tem por objetivo "avançar a velocidades diferentes" se assim desejarem os parceiros do bloco, acrescentou o diplomata.
O pedido está relacionado com o recente fracasso da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a estagnação no processo de integração do Mercosul nos últimos anos.
"Pode haver muitas modalidades de flexibilidade dentro de uma negociação conjunta", acrescentou Roselli, especialista em temas comerciais e ex-embaixador perante os organismos internacionais em Genebra.
Uma das formas pode ser o convênio marco Mercosul-México dentro do qual o Uruguai "pôde avançar rapidamente em direção a um acordo de livre-comércio", acrescentou.
Roselli destacou que a Argentina "escolheu um modelo de desenvolvimento muito diferente" que o dos outros membros do Mercosul.
Para o uruguaio, a Argentina "está em um industrialismo muito protecionista do mercado interno, com o qual não será fácil compatibilizar a negociação externa do Mercosul".
Frente a esta realidade "por que não avançamos a velocidades diferentes?", questionou.
"Por que não se flexibiliza de tal modo que três parceiros avancem a um acordo comercial mais rápido que o outro que tem uma estratégia nacional muito divergente?", acrescentou.
O diretor de Assuntos Econômicos do Mercosul disse que "é claro que existem distintas estratégias" entre os grandes membros do bloco, Argentina e Brasil.
"Boa parte da indústria brasileira ganhou terreno e agora pede acesso a outros mercados, no caso da Argentina o que prevalece é a proteção", afirmou Roselli.

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