terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O segredo do desenvolvimento da China a disposição de todos

Ivan Postigo

Os livros de história estão recheados de exemplos sobre desenvolvimento de países como os Estados Unidos da América, Japão, do próprio império Romano, neste momento em que o foco é a China parece que as coisas são muito diferentes.

O poderia haver em comum entre esses lugares, com culturas tão diferentes, que os levassem a se tornar marcos de desenvolvimento cultural, social e econômico? Que lições podemos tirar dessas experiências e levar para nossas cidades, comunidades, empresas?

Imagine que 5.000 pessoas decidam realizar alguma coisa e trabalhem com afinco, dedicando-se integralmente a esse projeto, sem desistência, com uma fé imperturbável. Podemos crer que gerarão bons resultados, não?

Esse número é pequeno para um projeto arrojado? Considere então 100.000 pessoas.
Seria este um número suficiente para que provocasse um grande impacto numa região, num país? Lembrem-se, todos atuando com enorme dedicação.

Máximo Górki, escritor Russo (1868-1936) dizia: “O homem é a única maravilha sobre a terra, todas as outras são o produto de sua imaginação, de sua inteligência, de sua vontade criadora”.
Invista um bilhão e trezentos milhões de pessoas desse dom, da determinação de criar um local melhor para se viver, de trazer mais conforto para os familiares, de criar empresas competitivas e estará gerando uma enorme transformação não só num país, mas no mundo.

Assustadas ficam as pessoas que visitam a China pela primeira vez e maravilhas quando voltam pouco tempo depois numa segunda oportunidade. A frase que mais se ouve é que as mudanças não são percebidas em décadas, anos, mas sim em meses e semanas. Ruas e edifícios se transformam como num passe de mágica, gerando um brutal movimento em direção à modernidade, ratificando aquilo que Gorki chama de vontade criadora.

O que levou e sempre levará países, empresas, a feitos extraordinários será a atitude positiva de um grupo de pessoas, duas ou bilhões, mas sempre grupo de pessoas. Quanto mais cabeças pensando e braços trabalhando, maiores serão os resultados.

O segredo Chinês está mais na percepção do que no fato, prova disso é que os ditados duas cabeças pensam melhor do que uma e uma mão lava a outra são mais ditos que praticados.
A falta de dedicação e qualificação de governantes e dos exércitos levou impérios ao fracasso, assim ocorre com as empresas, grupos de trabalho, onde quer que atuem. Sucesso consistente, duradouro, depende de qualificação que é resultado direto de atitudes positivas que leva à vontade criadora.

Só se qualifica aquele que se dedica, estuda, se envolve com idéias, doa uma substancial parte do seu tempo para aprender , testar e gerar resultados.

É necessário dedicação para aprender, capacidade para se reinventar de forma a superar os fracassos e generosidade para aceitar os erros, principalmente os nossos, afim de que não desistamos no caminho.

Devemos a nós, devemos a nossos filhos, devemos às próximas gerações a construção de um país melhor, com empresas mais competitivas, geradoras de emprego, para que um dia os livros de história contem a nossa luta e nossas vitórias.

Caso isto não seja suficiente para nos instigar continuaremos com enormes dificuldades para competir contra as atitudes e vontade criadora de um bilhão e trezentos milhões de chineses, um bilhão e cento e trinta milhões de indianos e cerca de oitocentos milhões de africanos, cuja vontade criadora começa a tomar melhor forma, população que representa um sétimo da população do mundo e está distribuído em 54 países.

Podemos tê-los como nossos terríveis competidores ou como parceiros e clientes a serem atendidos. Depende de um único detalhe:

Descobrir o Segredo do Milagre Chinês.

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Empresários querem reduzir impostos sobre logística

Agencia Estado

04/12/2007

A carga tributária encarece em até 50% o custo do investimento em modernização e ampliação dos serviços de logística no País. Vencida a inflação, hoje a infra-estrutura é o principal obstáculo para que a atividade econômica deslanche.

Para ajudar a remover os gargalos que impedem o Brasil de crescer mais rapidamente, empresários do setor pressionam o governo para obter isenção de impostos nos investimentos em bens de capital nos terminais portuários, ferroviários e dutoviários, numa primeira etapa."O país que tributa a logística dá um tiro no pé", diz Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

Segundo ele, o Brasil é um dos poucos que ainda tributam o investimento.A situação fica pior na logística, que tem efeito multiplicador sobre toda a economia. A carga dos impostos e contribuições sobre esses investimentos pode representar de 40% a 50% do custo das máquinas e equipamentos, afirma Giannetti da Fonseca.

Ela é formada pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Cofins e Imposto sobre Importação, além do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), este de competência estadual.

Os empresários têm pressa e sugerem uma medida provisória. A idéia, segundo eles, é desvincular a desoneração tributária dos investimentos em logística de qualquer conjunto de medidas que ainda não se sabe quando será adotado, como a reforma tributária ou mesmo a política industrial.

Mais oito setores terão que emitir nota fiscal eletrônica

Gazeta Mercantil/Caderno A / Laura Ignácio

04/12/2007

A partir de setembro de 2008 oito setores devem ser obrigados a emitir, no lugar da nota em papel, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): fabricantes de cimento, de veículos, refrigerantes, bebidas alcóolicas - com exceção das aguardentes e vinhos artesanais -, frigoríficos, medicamentos (distribuidores também), comercializadores de energia elétrica e siderúrgicas. A NF-e é a nota virtual cujas informações, segundos após a emissão, chegam às fazendas estaduais. E essas compartilham os dados com a Receita Federal do Brasil. Esses setores foram indicados pelo fórum de administradores tributários estaduais e o Comitê Gestor de Documentos Fiscais Eletrônicos, composto por administradores tributários e empresários.

"Ainda esse mês, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda dos 27 estados do País, devem bater o martelo a respeito ou não", afirma Álvaro Antônio da Silva Bahia, coordenador técnico nacional do projeto da NF-e. A partir de abril, os fabricantes e distribuidores de cigarros e os produtores, importadores e distribuidores de combustíveis líquidos serão os primeiros setores obrigados a emitir a NF-e, conforme protocolo 10 e 30/07 do Confaz. Ambos setores haviam sido indicados pelos administradores tributários e comitê gestor.

Hoje, segundo site da NF-e, 70 empresas brasileiras emitem o documento. Só com a obrigatoriedade dos setores de cigarro e combustíveis, serão mais de mil. "A obrigatoriedade é fundamental para a implantação do projeto da NF-e no País", afirma Bahia.

O projeto piloto da NF-e se iniciou em abril do ano passado e começou a funcionar para valer em setembro de 2006. Segundo Bahia, hoje mais de 2,17 milhões de notas já foram emitidas em sete estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo), correspondentes a R$ 17,97 bilhões. "Até 31 de janeiro, todos os 27 estados do Brasil estarão capacitados para receber a NF-e", afirma o coordenador.

"A secretaria da fazenda do Rio Grande do Sul tem capacidade para atender em nome de outras secretarias, quando essas tiverem algum tipo de problema eventual no sistema", explicou Bahia. O coordenador afirmou ainda que no dia 31 de dezembro deste ano deverá estar disponível para micro e pequenos empresários o software gratuito para emissão da NF-e pelo site www.nfe.gov.br.

Para o presidente executivo da Federação Brasileira de Desenvolvimento Corporativo (Febracorp), Richard Lowenthal, a obrigatoriedade é positiva. "Acho interessante isso ocorrer por setor e não porte de empresas já que um dos objetivos da NF-e é combater a concorrência desleal", diz. Lowenthal admite que é difícil calcular o retorno financeiro da implantação da NF-e. "Mas a longo prazo sabemos que quanto maior o número de notas, maior o retorno em relação a controle, menos gasto com papel e arquivo, por exemplo. Isso sem contar com a diminuição das obrigações acessórias no futuro", afirma.

O presidente da Febracorp diz que os investimentos das empresas que já emitem a NF-e varia de R$ 30 mil a mais de R$ 3 milhões. "São grandes empresas que automaticamente induzem os fornecedores a emitir a NF-e ao dizerem que só aceitam o documento eletrônico ou não fazem negócio com eles", comenta Lowenthal. Algumas das que implantaram a NF-e são Petrobras e Sadia.

Segundo José Aguinaldo Alcarde, proprietário da distribuidora paulista de medicamentos Farmagudos, de porte médio, a obrigatoriedade do setor em emitir a NF-e é "ótima". "Hoje, se emito uma nota fiscal para uma empresa irregular, eu é que sou prejudicado e punido. Com a NF-e haverá maior controle e, conseqüentemente, maior segurança para quem trabalha direito", explica. Para o presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Carlos Alexandre Geyer, a obrigatoriedade do uso da NF-e para o setor era previsível e sua introdução nos demais setores é inexorável.

Pacote do setor aéreo será apresentado hoje

Rodrigo Postigo

04/12/2007

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentará hoje ao presidente Lula um pacote com medidas para tentar reduzir os problemas nos aeroportos durante a alta temporada de verão, que começa nos próximos dias e se estende até o Carnaval.

Uma das mudanças é o aumento de até 1.200% nas tarifas pagas pelas empresas para estacionar seus aviões no aeroporto de Guarulhos e Congonhas. O objetivo é aliviar os aeroportos paulistas e estimular o uso de aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e Confins, em Belo Horizonte.

Embora o ministro Jobim tenha anunciado a disposição de ampliar a multa às empresas que cancelarem vôos e puni-las até com a suspensão de seus slots (autorizações de pousos e decolagens), caso fique configurada a manipulação dos horários de vôos, as medidas neste sentido não deverão estar no pacote, porque o estudo ainda estava ontem em fase de conclusão. A expectativa do presidente Lula, no entanto, é receber propostas concretas para o fim dos atrasos e cancelamentos.

O presidente Lula tem reiterado que as empresas não podem continuar agindo impunemente, prejudicando os passageiros. O pacote de Jobim suscita apreensão das companhias brasileiras e das estrangeiras que atuam no Brasil, por causa do aumento das tarifas para uso do espaço dos aeroportos de São Paulo.

As tarifas serão aumentadas para as permanências além de 45 minutos nos pátios dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos. Para as empresas estrangeiras, que muitas vezes deixam seus aviões parados por várias horas, os gastos serão ainda maiores.

No caso das empresas brasileiras, a maior preocupação é com o transporte de cargas, cujo desembarque é mais demorado. Segundo o Ministério da Defesa, serão aumentadas as tarifas cobradas das empresas e não estão previstas alterações nos valores das taxas de embarque cobradas dos passageiros.

PPI do ICMS reabre prazo para adesão até 31 de janeiro

Agência Estado

04/12/2007

O prazo para adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado do ICMS (PPI do ICMS) será reaberto a partir de amanhã (01/12) para atender aos inúmeros pedidos feitos à Secretaria da Fazenda. O decreto do governador José Serra foi publicado na edição do Diário Oficial do Estado de hoje, 30 de novembro. O prazo final desta reabertura para adesão ao PPI do ICMS será 31 de janeiro de 2008.

Na primeira oportunidade para adesão (entre 05/07 e 30/09), o PPI do ICMS recebeu mais de 42 mil adesões e parcelou dívidas da ordem de R$ 9,6 bilhões – dívida líquida da ordem de R$ 6,02 bilhões, sendo quase um R$ 1 bilhão pago à vista.

Vantagens do parcelamento incentivado – Os contribuintes paulistas do ICMS em débito com o Fisco estadual vão poder pagar suas dívidas com descontos de até 75% na multa e de até 60% nos juros e ainda parcelar em até 15 anos. O benefício abrangerá débitos correspondentes a fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2006.

O débito do ICMS poderá ser pago em parcela única, com redução de 75% na multa e de 60% nos juros. O interessado poderá optar ainda pelo pagamento em até 15 anos (180 parcelas mensais), com redução de 50% na multa e de 40% nos juros incorridos até o momento do ingresso no programa. Para parcelar em mais de 10 anos (120 meses), o valor mensal das prestações será fixado com base no faturamento do interessado, sendo a primeira parcela correspondente a, no mínimo, 1% da receita bruta mensal média do estabelecimento em 2006.

Os juros para o parcelamento em até 12 vezes será de 1% ao mês calculados de acordo com a tabela Price. Para quem optar pelo parcelamento entre 13 meses e 180 meses será usada a taxa Selic. O ingresso no programa será por meio de sistema disponibilizado na Internet no endereço www.ppidoicms.sp.gov.br, acessado com a senha que todo contribuinte do ICMS já possui. No sistema será possível fazer simulações para escolher qual débito deseja pagar e a melhor forma de pagamento. Caso o contribuinte decida pelo parcelamento, ele deverá informar uma conta corrente para débito que ocorrerá a partir da segunda parcela. O sistema emitirá um boleto para pagamento da primeira parcela ou da parcela única.

Estarão excluídos do PPI do ICMS os contribuintes que atrasarem o pagamento de qualquer parcela por mais de 90 dias e os que deixarem de pagar o ICMS relativo a fatos geradores posteriores ao ingresso no programa. O objetivo não é apenas receber o imposto em atraso, mas incentivar o contribuinte a pagar em dia suas obrigações com o Fisco paulista.

Operação Cartão Vermelho – O contribuinte que ainda não foi notificado pelo Fisco Paulista por ter efetuado em 2006 operações com cartões de crédito e/ou de débito e declarado valores inferiores nas suas informações fiscais (Operação Cartão Vermelho) pode aproveitar a oportunidade. Quem estiver nesta situação e desejar parcelar os débitos informando espontaneamente o valor, também poderá aderir ao PPI do ICMS. Iniciada em setembro em todo o Estado, a operação Cartão Vermelho vai notificar mais de 93.600 empresas paulistas. Em 2006, esses contribuintes declararam ao Fisco operações no montante de aproximadamente R$ 11,2 bilhões. As administradoras de cartão, por sua vez, informaram que em 2006 repassaram R$ 24,2 bilhões relativos a vendas para estes estabelecimentos. Os indícios são de uma sonegação fiscal, em 2006, de R$ 1,5 bilhão.

Presidentes lançam Banco do Sul em Buenos Aires

Rodrigo Postigo

04/12/2007

O Banco do Sul vai ser lançado em cerimônia oficial no próximo domingo em Buenos Aires, na presença dos presidentes dos seis países latino-americanos que integram a instituição financeira, anunciou nesta segunda-feira uma fonte do governo argentino.

O ato, que será realizado na Casa de governo, terá participação dos presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Venezuela, Hugo Chávez; Equador, Rafael Correa; Bolívia, Evo Morales; Uruguai, Tabaré Vázquez; e Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, destacou o porta-voz.

O lançamento do Banco do Sul será realizado na véspera da posse da presidente eleita e primeira-dama da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

O Banco do Sul é uma iniciativa da Venezuela e da Argentina, como uma alternativa às instituições financeiras tradicionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial (Bird). A sede da entidade será em Caracas, mas terá outras duas filiais, em Buenos Aires e La Paz.

O projeto começa a vigorar com um capital de US$ 7 bilhões. A criação do banco estava prevista para novembro, mas foi adiada primeiro para 5 de dezembro em Caracas e depois para domingo na capital argentina.

Projeto restringe contestações em ações tributárias

Luiza de Carvalho

03/12/2007

Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados pode alterar de forma radical a contestação de autuações do fisco aos contribuintes no país. Com o intuito de combater a sonegação fiscal, o Projeto de Lei nº 75, de 2003, altera o Código Tributário Nacional (CTN) para determinar que seja exigido o depósito integral do tributo supostamente devido para a concessão de liminares em mandados de segurança ou tutelas antecipadas em ações tributárias na Justiça. O projeto já provocou a reação de advogados tributaristas e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que alertam para o impacto econômico da medida nas empresas e ainda para um congestionamento ainda maior do Poder Judiciário.

Na justificativa do Projeto de Lei nº 75, de autoria do deputado Eduardo Cunha (PMDB - RJ), está a preocupação com a chamada "indústria de liminares" - a suposta prática de empresas de obter liminares para sonegar ou protelar o recolhimento de tributos. Mas, para o advogado Richard Edward Dotoli, do escritório Siqueira Castro Advogados, o número de fraudes é muito pequeno diante da quantidade de contribuintes que impetram mandados de segurança com pedidos de liminar em ações tributárias corretamente. "O projeto fere o princípio da igualdade e o direito à ampla defesa", diz. Para o advogado Ives Gandra da Silva Martins, da banca Advocacia Gandra Martins e Rezek, o projeto desqualifica a magistratura e causa insegurança tributária. "Estamos caminhando para uma ditadura fiscal", afirma.

A maior preocupação dos advogados tributaristas em relação ao projeto são as freqüentes ações judiciais de empresas que não conseguem obter certidões negativas de débitos (CNDs), já que a restrição da possibilidade de concessão de liminares com a exigência do depósito integral dos tributos impediria muitas empresas de conseguir os documentos - e, assim, de participar de licitações ou de obter financiamentos de recursos públicos. Apenas no Siqueira Castro, este tipo de ação representa 40% dos processos tributários. Já no TozziniFreire Advogados, 95% dos casos envolvendo tributos envolvem mandados de segurança. "Os recursos administrativos são demorados e só resta o caminho judicial", diz João Geraldo Piquet Carneiro, do escritório Veirano Advogados.

Outro questionamento dos profissionais da área é que, se aprovado, o projeto abarrotaria a Justiça de ações judiciais. Isto porque, impedidas de pleitear liminares em mandados de segurança, as empresas acabariam entrando com ações questionando o mérito da cobrança do fisco e, durante o trâmite do processo, teriam que recorrer da multa aplicada em uma ação de execução. "O número de processos questionando o pagamento de tributos seria duplicado", diz a advogada Ana Cláudia Utumi, do TozziniFreire.

A OAB já se posicionou contra a aprovação do projeto - o presidente da seccional paulista da entidade, Luiz Flávio Borges D'Urso, enviou um ofício à Câmara pedindo o arquivamento do projeto e a seccional do Rio marcou uma audiência na comissão de Constituição e Justiça da Câmara, para onde segue o projeto antes da votação em plenário. "O projeto retira da Justiça o poder de se manifestar quando o fisco comete abusos", diz Walter Cardoso Henrique, presidente da comissão de assuntos tributários da OAB-SP.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Perfil do superávit sugere que CPMF precisa acabar

Gazeta Mercantil/Caderno A

03/12/2007

Banco Central (BC) anunciou, em tom de comemoração, que o superávit acumulado entre janeiro e outubro deste ano alcançou R$ 105,5 bilhões, 5,12% do PIB. É um número 17,1% superior ao obtido no mesmo período de 2006. Em outras palavras, a economia feita pelo governo (nas três instâncias, mais as estatais), para pagar os juros da dívida, já são bem superiores à meta fixada para o ano, que é de R$ 95,6 bilhões, ou 3,8% do PIB. Há, desse modo, uma sobra reconhecida de R$ 10,6 bilhões.

É fato que a comemoração desse superávit exige certa cautela. Esse resultado foi obtido pela arrecadação recorde nesse período, em especial no próprio mês de outubro, quando se arrecadou a maior quantia para o mês, na série histórica iniciada em 1991. Por outro lado, vale também notar que essa folga orçamentária pode ser consumida já em dezembro com o pagamento da segunda parcela do 13 salário do funcionalismo e dos aposentados.

Apesar dessas despesas, a estimativa do BC é que a meta do superávit será mantida e até superada. Segundo o Departamento Econômico do BC, as contas públicas permitirão, neste ano, superávit de 4%. Porém, antes da comemoração destas estimativas, esse resultado não considera os gastos com juros da dívida interna.

Quando essa despesa é contabilizada, o que significa gastos de R$ 135,2 bilhões, o superávit se transforma em déficit de R$ 28,6 bilhões. É preciso observar, no entanto, a origem do superávit primário. Segundo os dados do BC, a receita do governo entre janeiro e outubro ficou R$ 53,4 bilhões maior que no mesmo período de 2006. Só o Imposto de Renda da pessoa jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido abocanharam R$ 14 bilhões a mais do que no ano passado. O aquecimento da economia permitiu uma salto na arrecadação de outros R$ 9 bilhões. Os postos abertos no mercado de trabalho formal não contiveram só o déficit da Previdência Social, mas contribuíram com outros R$ 5 bilhões para o aumento da arrecadação.

Sem esquecer que nos estados o superávit primário é alto, porque essa é a tradição ao final do primeiro ano de administração, quando todos os governadores estão fazendo caixa para pôr em prática seus projetos e obras entre o segundo e terceiro ano de governo. Os gastos públicos, porém, não arrefeceram. Entre os dez primeiros meses de 2007 e o mesmo período de 2006, o governo central gastou exatos R$ 40 bilhões a mais, ou seja, a mesma quantia que o governo garante que perderá com o fim da CPMF.

Só com o aumento da folha de pagamento dos servidores federais foram gastos R$ 10,1 bilhões nessa mesma comparação. Os dados do BC indicam que nos dez primeiros meses do ano as receitas cresceram 12,6% em relação ao ano passado, mas as despesas saltaram 12,4% na mesma comparação. O problema é que a preocupação aumenta quando se observa o item investimentos (em especial em infra-estrutura) nesse perfil de gastos. Observando os números absolutos do BC, as despesas com investimentos foram as que mais cresceram atingindo R$ 14,3 bilhões neste ano, quando foram de R$ 11,2 bilhões em 2006. Porém, desse total de gastos, 61,4% foram destinados a "restos a pagar", isto é, obras que foram feitas em anos anteriores e que só foram pagas neste ano com o excesso de caixa.

Quando se faz este desconto no volume de investimentos feitos nos dez primeiros meses de 2007, acaba reduzido a R$ 5,1 bilhões. Nesse processo chama atenção os gastos com o Projeto Piloto de Investimentos (PPI), que nos dez primeiros meses do ano totalizaram R$ 3,2 bilhões, quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias determinava que fossem de R$ 11,2 bilhões. O PPI é aquele programa cujos gastos são contabilizados como investimentos e não como despesas, incidindo sobre o déficit público.

Não há dúvida de que esses gastos no PPI são quase 35% maiores do que os de 2006 no mesmo período; porém, frente a tantas expectativas com gastos em infra-estrutura, inclusive no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), obviamente, o governo está alocando poucos recursos em investimentos, menos de um terço do que gastou com os aumentos do funcionalismo de janeiro a outubro deste ano. A mera observação, em termos gerais, das contas públicas sugere que o governo sobrevive perfeitamente sem a CPMF, em especial se decidisse realmente conter seus gastos menos prioritários.

O impacto da perda da CPMF só seria relevante se o governo decidisse reduzir a base do superávit, o que afetaria a relação dívida/PIB, uma espécie de menina-dos-olhos dos investidores, porque é uma das principais medidas da disciplina fiscal do País. Nos próximos dias o Senado dará a palavra final na cobrança da CPMF. Os dados do BC sobre o superávit representam boa indicação de que acabar com a contribuição provisória é, de fato, o melhor caminho.

Brasil é 2º maior investidor externo dos emergentes

Rodrigo Postigo

03/12/2007

O Brasil foi o segundo maior investidor externo entre países em desenvolvimento em 2006, de acordo com estudo da Fundação Dom Cabral e da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, divulgado nesta segunda-feira pela Folha de S.Paulo. Hong Kong ficou em primeiro lugar.
A Gerdau é a empresa que lidera o ranking de internacionalização das empresas. O cálculo é feito a partir da média de ativos, número de funcionários e receita no exterior das companhias. Não foram consideradas empresas de serviços financeiros.

A necessidade de buscar acesso a recursos naturais, a mercados mais amplos e a proximidade com consumidores está por trás do aumento da internacionalização de empresas domésticas, diz Luiz Carlos Ferreira de Carvalho, coordenador da pesquisa e do Núcleo de Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral, ao jornal.

Cada vez mais as empresas estão se tornando multinacionais. As afiliadas no exterior das 20 maiores empresas com ativos físicos lá fora estão em 51 países. Votorantim, Camargo Corrêa, Odebrecht e WEG, cada uma delas presente em outros 12 países, lideram a lista por abrangência geográfica.

Empresários pedem acordo de livre comércio com México

Valor Online / Sergio Leo

03/12/2007

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores: conversas no México Brasil e México, antigos rivais pela liderança latino-americana e parceiros hesitantes em matéria de comércio, querem estreitar relações comerciais em 2008, e os empresários brasileiros, pela primeira vez, estão à frente das pressões para um acordo de livre comércio entre os dois países.

Em visita à Cidade do México, encerrada ontem, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, convidou o presidente Felipe Calderón para visitar o Brasil e o mexicano anunciou que virá ao país no segundo semestre de 2008. No primeiro semestre, os dois governos discutirão a ampliação dos atuais acordos comerciais. "Do conjunto de acordos comerciais na mesa de negociações com o Brasil, é o México que pode gerar o acordo com maior impacto e mais oportunidades para a indústria brasileira", disse ao Valor o diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes.

"A novidade é que a indústria no Brasil conseguiu um consenso mínimo e pela primeira vez tem uma proposta ofensiva para um acordo." A proposta, se assumida pelo governo brasileiro, terá de ser negociada também com os parceiros do Mercosul, já que o Brasil não pode firmar acordos comerciais separadamente do bloco. É uma incógnita a reação dos empresários argentinos, mas os brasileiros estão dispostos a fazer um trabalho intenso para convencer os parceiros, assim como os mexicanos.

No próximo ano, o setor privado brasileiro começa a enviar missões ao México, para convidar mexicanos a vir ao Brasil conhecer oportunidades de negócio, e buscar aliados para negociar o acordo. Entregue ao governo neste mês, a proposta do setor privado, reunido na Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), prevê três tipos de produtos, com cronogramas distintos para redução a zero das tarifas de importação.

Uma "cesta" de mercadorias teria liberada imediatamente a importação, sem tarifas. Uma segunda "cesta" traria os produtos que hoje têm reduções de tarifa entre 20% a 70%, que teriam livre comércio entre três a sete anos. Em um terceiro grupo ficariam os produtos "sensíveis", que hoje não têm qualquer esquema preferencial de importação, e que teriam a tarifa eliminada em dez anos. No primeiro ano do acordo, os produtos de um país já deveriam ingressar no mercado vizinho com redução mínima de 30% nas tarifas de importação, propõe o setor privado brasileiro.

Segundo o documento entregue pela CEB ao governo, os setores com maior interesse no mercado mexicano são o têxtil, o de máquinas, o de equipamentos mecânicos e elétricos e o químico. Os mexicanos querem reduzir as barreiras para vender ao Brasil principalmente produtos da área química e de fios e fibras artificiais e sintéticas.

Após analisarem as oportunidades e ameaças para os fabricantes nacionais, a Coalizão Empresarial concluiu que valia a pena abrir o mercado brasileiro aos mexicanos, se eles também eliminares as barreiras. Como diz o documento entregue ao governo: "O princípio da reciprocidade mostrou-se aceitável para os setores industriais brasileiros, a despeito de sensibilidades específicas". Antes mais ofensivos na defesa do acordo, que era visto com desconfiança pelos empresários brasileiros, os mexicanos agora mudaram de posição e estão na defensiva, temerosos principalmente da enorme competitividade brasileira, que tem gerado superávits comerciais crescentes, desde a assinatura do acordo de preferências comerciais (redução de tarifas) entre Mercosul e México, conhecido como ACE 53.

De pouco mais de US$ 2 bilhões, em 2002, o saldo no comércio com o México, favorável ao Brasil, chegou a quase US$ 4 bilhões no ano passado. Neste ano, porém, o aquecimento do mercado interno brasileiro e a valorização do real em relação ao dólar fez as exportações mexicanas ao Brasil aumentarem em 51,9%, enquanto as exportações brasileiras aos mexicanos sofriam uma queda superior a 7%. As vendas brasileiras ao México, neste ano, até outubro, foram de pouco menos de US$ 4,5 bilhões. As importações vêm crescendo consistentemente, desde 2003, quando foram de pouco mais de US$ 500 milhões, até este ano, quando já passaram de US$ 1,6 bilhão. Segundo um integrante do governo mexicano que acompanha as negociações, os grandes superávits brasileiros levaram o setor privado mexicano - especialmente os do setor de alimentos - a pedir ao Ministério da Economia local que "esfriasse" as negociações.

Há forte interesse dos produtores de eletroeletrônicos e químicos, porém, e a queda no superávit, neste ano (está em US$ 1,85 bilhão, entre janeiro e outubro) é vista por alguns membros do governo mexicano como um estímulo às negociações. Um dos principais fatores na queda foi a redução das vendas de automóveis, o principal produto de exportação, e o único em que o Mercosul e México têm acordo de livre comércio, inaugurado exatamente neste ano. Na Cidade do México, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, discutiu a ampliação, para mais produtos, do acordo de redução tarifária, com os secretários (ministros) de Relações Exteriores, Espinosa Cantellano, e de Economia, Eduardo Sojo. Os ministros concordaram em "intensificar esforços" para ampliar o acordo, o que deve se iniciar no primeiro trimestre do próximo ano, quando os técnicos encarregados da administração do acordo de preferências comerciais deverão discutir o tema, em reunião no Rio de Janeiro.

"O Brasil precisa fixar o México como alvo, prioritário", defende José Augusto Fernandes, da CNI. "Será o primeiro acordo em que, de fato, a indústria tem de colocar toda a energia para chegar a um resultado positivo."

Lula relaxa rigor fiscal e amplia gastos

Folha de S.Paulo / Valdo Cruz / Sheila D´Amorim

03/12/2007

A mudança no comando da economia no segundo mandato, com a centralização das decisões mais importantes na figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou desequilíbrio na formulação da política econômica, que, hoje, pende mais para idéias desenvolvimentistas, pondo em segundo plano a área fiscal.

O preço dessa nova estrutura começou a ser sentido neste final de ano, diante das dificuldades em aprovar a prorrogação da CPMF (o tributo do cheque) e da deterioração do cenário internacional, com chances de retração mais forte na economia americana e investidores estrangeiros mais avessos a risco.

Para economistas de dentro e fora do governo, a marca do segundo mandato é que a equipe já não formula uma política econômica de consenso. Cada um bombardeia o presidente com sua tese e cabe a ele definir a linha a seguir, depois de ouvir aqueles que considera seus interlocutores na economia.

Além dos ministros da área (Dilma Rousseff, Guido Mantega, Paulo Bernardo e Henrique Meirelles) e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, integram esse grupo, com o qual Lula fala com regularidade, o ex-ministro Antonio Palocci Filho, o ex-deputado Delfim Netto, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, além do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e do presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli.

Depois de reeleito, Lula comprou a tese do grupo desenvolvimentista de que a área fiscal havia deixado de ser um problema e que todo o sacrifício foi pago no primeiro mandato. Agora, haveria espaço para aumento dos gastos não só de investimento como também das despesas correntes --pessoal e custeio da máquina pública.

Com isso, Lula acatou o pedido de Dilma e Mantega, de que era necessário reduzir o superávit primário para aumentar os investimentos. Caso contrário, não conseguiria taxas médias de crescimento superiores às do seu antecessor.

Saíram derrotados Bernardo e Meirelles, defensores de um maior controle nos gastos públicos para aliviar a política monetária, tese defendida e adotada durante todo o primeiro mandato por Palocci.

Resultado dessa nova configuração econômica, Lula praticamente abandonou a discussão de medidas de controle dos gastos públicos.

Em sua avaliação, basta cumprir a meta de superávit primário de 3,8% do PIB e tudo está resolvido na área fiscal. O que tem sido possível ser feito com o aumento da arrecadação, que banca gastos públicos crescentes nessa nova fase do governo.

Mercosul e Israel próximos a assinar contrato de livre comércio

Rodrigo Postigo

03/12/2007

O embaixador de Israel em Genebra, Itzhak Levanon, confirmou hoje que o Mercosul e Israel devem assinar amanhã o primeiro acordo de livre comércio do bloco, em seus 16 anos de criação. "Estamos próximos de um acordo; se não tivermos alguma surpresa, amanhã assinaremos", afirmou Levanon.

Segundo ele, o acordo será fechado exatamente 60 anos depois da votação na Assembléia Geral que criou o Estado de Israel. Na época o presidente da Assembléia Geral era o brasileiro Osvaldo Aranha. Questionado sobre os ataques feitos nos últimos dias pelo governo da Venezuela contra Israel, Levanon apelou para que "questões políticas fiquem fora de acordos comerciais".

Ele ainda disse que o acordo será um marco histórico das relações de Israel com a América do Sul, insinuando que Chaves estaria isolado nos ataques. O comércio entre o Brasil e Israel é de apenas US$ 700 milhões anuais, mas o acordo tem um impacto simbólico bem maior do que o fluxo de comércio atual.

Modelos de auditoria do Brasil e do Reino Unidos são debatidos

Assessoria de Comunicação CFC

03/12/2007

Um dos pontos altos do I Seminário Internacional de Contabilidade Pública foi o painel "Modelos de Auditoria: Experiência da NAO - National Audit Office (Inglaterra) e do Tribunal de Contas da União", realizado no dia 28/11, às 10h30. Os palestrantes foram o auditor inglês que há 23 anos faz parte da equipe da NAO, Mark Turley, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler. O painel teve a coordenação do presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP), Luiz Antônio Balaminut.Mark Turley fez um breve histórico da criação da National Audit Office, entidade inaugurada em 1866.

Ele explicou que a NAO não é um tribunal e se reporta ao Comitê de Contas Públicas do Parlamento Britânico. "Emitimos relatórios de conformidade dos departamentos de governo", informou. A entidade, segundo o palestrante, possui um orçamento anual de 60 milhões de libras para auditar centenas de contas, que vão desde as maiores contas governamentais até as de pequenos departamentos. Sediada em Londres, possui dois escritórios no interior da Inglaterra, contando atualmente com 60 membros.Além dos seus vários clientes do Reino Unido, a NAO também trabalha com a Corte Européia e firma termos de cooperação técnica com entidades fiscalizadoras de outros países.

"O nosso objetivo principal é emitir parecer sobre relatórios financeiros dos nossos clientes, ajudando-os com seus controles", explicou Mark Turley. Entre várias outras informações, o auditor inglês disse que a entidade utiliza normas internas e internacionais, tentando focar as auditorias em áreas com maior risco de encontrar erros.

Para quem se interessar em conhecer melhor o trabalho executado pela National Audit Office, há um manual online de auditoria disponível no site da entidade: http://www.nao.org.uk/.

Modelo brasileiro

O ministro do TCU Benjamin Zymler discorreu a respeito do modelo exercido pelo Tribunal de Contas da União, o qual, segundo a Constituição Federal de 1988, é o órgão auxiliar do Congresso Nacional para realizar o Controle Externo.Ele fez sucinto retrospecto histórico, abordando o modelo latino, utilizado por Portugal, Espanha, França e outros países. Nesses Tribunais de Contas, segundo o ministro, há a figura do contencioso administrativo, com órgãos que não pertencem ao Poder Judiciário mas que atuam na decisão dos conflitos. No modelo utilizado pelo Brasil, no entanto, os Tribunais de Contas (da União, dos Estados e dos Municípios) não podem decidir com força de coisa julgada.

Benjamin Zymler explicou que o TCU exerce controle objetivo e subjetivo, conforme previsto na Constituição Federal. Por meio do controle objetivo, o Tribunal pode, por exemplo, assinar prazo para que os órgãos auditados corrijam as irregularidades verificadas, em relação à legalidade. "Em mais de 90% dos casos, os órgãos adotam as medidas determinadas pelo TCU", informou. Quanto ao controle subjetivo, esse modelo permite ao Tribunal, entre outras medidas, aplicar sanções a gestores e até mesmo a particulares que interagem com o Estado.Entre uma série de outras informações a respeito do Controle Externo exercido pelo TCU, o ministro destacou uma atribuição nova trazida pela Constituição de 1988.

Trata-se do controle operacional, o qual, segundo Benjamin Zymler, visa analisar os resultados da atividade pública tendo em vista, além da legalidade, a legitimidade e a economicidade.Em função dessa inovação, ele citou um acordo feito pelo TCU com a NAO, após a promulgação da Constituição, para a adaptação das atividades do Tribunal brasileiro para a realização das auditorias de cunho operacional. "No Brasil e no Reino Unido há legislações diferentes, mas a essência da função do TCU e da NAO é a mesma: o controle das contas públicas", afirmou o ministro.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Brasil está entre piores em lista de educação da OCDE

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O Brasil é um dos países com pior nível de educação de ciências para estudantes de 15 anos, segundo uma lista de 57 países organizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com a lista, a ser publicada em detalhes na semana que vem, o Brasil fica a frente apenas da Colômbia, Tunísia, Azerbaijão, Catar e Quirguistão.

O estudo testou as habilidades de mais de 400 mil estudantes nos 57 países que, juntos, correspondem a cerca de 90% da economia mundial.

Os estudantes da Finlândia ficaram em primeiro lugar, seguidos pelos de Hong Kong (na China) e do Canadá.

A pesquisa, baseada em testes realizados em 2006, é o principal instrumento de comparação internacional do desempenho entre estudantes do ensino médio.

Câmara deixa para 2008 decisão sobre Venezuela no Mercosul

Rodrigo Postigo

30/1/2007

A proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul deve ser votada apenas no ano que vem, conforme previu nesta quinta-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"Em que momento ela será votada depende de vários fatores. Se considerarmos as MPs (medidas provisórias) e outras prioridades, a conclusão é que não há espaço para votar. Acho que vai ficar para o ano que vem", disse Chinaglia.

Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a proposta de inclusão da Venezuela ao bloco de países que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na sequência, o trâmite do projeto prevê votações nos plenários da Câmara e depois no Senado.

Para não atrapalhar o andamento das negociações da prorrogação da CPMF no Senado, a Câmara está adiando votações, o que inclui medidas provisórias, projetos de lei e a discussão do Orçamento da União para 2008.

Os presidentes dos países do Mercosul aprovaram em julho do ano passado a entrada da Venezuela no bloco, mas nem o Congresso do Brasil nem o do Paraguai deram luz verde para a adesão.

CPMF atrasa votação de Reforma Tributária e Orçamento

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O governo confirmou nesta quinta-feira que o Orçamento Geral da União para 2008 só será votado no Congresso após a matéria que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011 ser resolvida. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, esteve com os líderes da Câmara para garantir o acordo.

Eles chegaram ao consenso também de que a Casa não vote nada até o ano que vem, para não dificultar ainda mais a tramitação do tributo no Senado. A intenção é fazer um "recesso branco", para que não haja o perigo de votar medidas provisórias, que obrigatoriamente teriam que ser enviadas para o Senado e travariam a pauta.

"É um gesto de responsabilidade (não votar o orçamento), pois uma coisa é orçamento com a CPMF e outra coisa é orçamento sem CPMF", disse Múcio. "Sem desfaçatez, a Câmara está contribuindo (para o recesso). É interesse do governo a votação da CPMF", completou.

Apesar de participar das negociações na Câmara, o novo ministro negou que o governo tenha articulado a paralisação. "Em hipótese alguma. O governo não tem absolutamente nada a ver com isso", afirmou Múcio.

Outro motivo do encontro do Ministro das Relações Institucionais com os líderes da Câmara foi pedir para que os parlamentares trabalhem pessoalmente para convencer os senadores indecisos a votarem pela CPMF. O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), resumiu o pedido de Múcio: "Os líderes da base aliada vão fazer um esforço junto aos senadores, com vistas a trabalhar no sentido de convencê-los a votar a favor da CPMF", afirmou.

Em visita ao Congresso Nacional nesta quinta-feira, o novo Ministro Múcio também admitiu as dificuldades para aprovar a prorrogação do tributo até 2011. Ele disse que no momento os votos ainda são incertos. "A cada hora, a cada conversa, vamos trabalhar para conseguir votos. Mas agora a oposição diz que tem tantos votos, o governo diz que tem tantos. Se juntarmos os dois, vemos que temos mais números do que os 81 senadores", disse.

Cresce faturamento das empresas no primeiro semestre

Rodrigo Postigo

30/11/2007

O crescimento médio do faturamento líquido das empresas no primeiro semestre de 2007, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi de 7,2%, já descontada a inflação, segundo estudo da Serasa apresentado nesta quinta-feira.

Esse desempenho foi beneficiado, de acordo com a Serasa, pelo crescimento da demanda interna, sustentada pelo aumento da massa real de rendimentos, pela expansão do crédito e dos prazos de financiamento e pela redução das taxas de juros.

A indústria cresceu 10,3% no primeiro semestre de 2007, sendo o setor que registrou o melhor desempenho nas vendas líquidas. Ele é justificado pela recuperação do agribusiness, aliado à expansão da economia mundial e à alta dos preços das principais commodities, fatores que promoveram um aumento das exportações, amenizando os efeitos da apreciação do real ante o dólar americano.

Entre os segmentos da indústria que mais se destacaram está a siderurgia, favorecida pelo alto patamar das cotações do aço, decorrente da expansão dos investimentos em setores demandantes e do crescimento da produção de bens de consumo duráveis.

As vendas do comércio, no primeiro semestre de 2007 em relação ao primeiro semestre de 2006, cresceram 6,4%. O comércio foi impulsionado pelo incremento na venda de bens de consumo duráveis, em especial os segmentos de veículos e motos, favorecidos pela manutenção das boas condições de crédito (maior oferta de recursos, menores taxas de juros e, principalmente, o alongamento dos prazos). Contribuíram ainda para o crescimento do comércio, os segmentos de tecidos, vestuário e calçados, estimulados pelo inverno mais rigoroso.

O estudo foi realizado com uma amostra de 9,7 mil balanços, sendo 3,2 mil de empresas da indústria, 3,7 mil do comércio e 2,8 mil de serviços.

Resultado fiscal supera meta para o ano em R$10,7 bi

Rodrigo Postigo

30/11/2007

A economia feita pelo setor público brasileiro para o pagamento de juros foi recorde para o mês em outubro e contribuiu para o país superar em mais de 10 bilhões de reais a meta fiscal para o ano de 2007, mostraram dados do Banco Central nesta quinta-feira.

Apesar desse desempenho favorável, impulsionado por receitas tributárias crescentes, a dívida líquida subiu no mês, impactada pelo efeito da valorização do real sobre os ativos cambiais do governo, em particular as reservas internacionais.

O superávit primário foi de 15,347 bilhões de reais em outubro, frente a um superávit de 10,466 bilhões de reais há um ano.

O resultado ficou acima da mediana das estimativas de analistas consultados pela Reuters, que indicava um superávit primário de 11,85 bilhões de reais.

No acumulado de 2007, o superávit primário somou 106,570 bilhões de reais, ante uma meta de 95,9 bilhões de reais para todo o ano.

"A expectativa é de cumprimento da meta, podendo ficar ligeiramente acima", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes a jornalistas, lembrando que a sazonalidade é desfavorável para as contas nos últimos dois meses do ano.

Ele afirmou que tradicionalmente o resultado fiscal de novembro tende a cair por um aumento sazonzal de despesas e, em dezembro, o país registra déficit primário por conta do pagamento de metade do 13o salário a aposentados, pensionistas e funcionalismo público.

SP e Rio concentram 58% dos gastos com cartão de crédito, diz Ibope

Rodrigo Postigo

30/11/2007

Um terço da população brasileira já usa o cartão de crédito como meio de pagamento, segundo pesquisa feita pelo instituto Ibope Inteligência, divulgada nesta quinta-feira. De acordo com o levantamento, os gastos com cartão no País chegam a R$ 5,4 bilhões por mês, dos quais 58% estão concentrados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Apesar de 33% dos brasileiros já possuirem o cartão, apenas 23% o utilizaram nos últimos três meses. No Brasil, Salvador é a cidade em que a maior parte da população tem o chamado "dinheiro de plástico" (38%), enquanto que Florianópolis apresenta a menor incidência do produto (23%) no País.

O Ibope aponta também que os cartões de crédito são mais utilizados por homens (34%) do que por mulheres (31%). Além disso, eles gastam mais do que elas no cartão de crédito. A média mensal por pessoa é de R$ 347 para o sexo masculino, e de R$ 259 ao mês para o feminino.
Ainda segundo o levantamento, que cobre 11 regiões metropolitanas, a média no País é de 1,7 cartão por pessoa. A capital que tem a menor concentração de cartões é Florianópolis, onde somente 23% dos habitantes usam o meio de pagamento. Já a cidade pesquisada com maior concentração de cartões é Salvador (38%).

Entre os usuários de cartão de crédito, 12% têm intenção de cancelá-lo em breve. Dentre aqueles que ainda não possuem cartão, 83% não têm interesse em adquiri-lo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Capacidade de doação e sucesso

Ivan Postigo Da Silva

Um grande amigo costuma brincar que tem sentimentos contraditórios com sua opção profissional , diz que tem uma relação de amor e ódio com o que faz.
Fundamentalmente a medida de seu sucesso como empreendedor está ligada ao lucro, disponibilidade de dinheiro em caixa e capacitação para vencer a concorrência.
Quando consegue ver oportunidades e as potencializa ama 80% e odeia s outros 20%%, contudo há dias que não obtém sucesso então odeia mais que ama.
De vez em quando se pergunta: O que é o sucesso?
Como se constrói um grande sucesso?
O que precisa uma pessoa para ter sucesso?
Pessoas que conseguiram feitos extraordinários descobriram a fórmula do sucesso?
Como perceber a oportunidade de um sucesso?
O sucesso nunca é duradouro, como ter certeza que daqui para frente os resultados serão positivos?
Um de nossos amigos sempre diz a ele em tom de brincadeira:
“Na vida as melhores coisas são as surpresas, afinal segurança é saber o que vai acontecer amanhã, mas saber o que vai acontecer depois de amanhã é um enorme tédio”. Outro para ajudar emenda : “ É como nascer aposentado !!!!!!! “.
Para refletir sobre a questão abra um jornal, um livro, procure uma história de sucesso e verá que muitas vezes a situação era extremamente adversa, mas alguém conseguiu fazer daquela adversidade um grande aliado.
Quando todos conseguem superar as dificuldades a concorrência é maior, contudo quando só uma pessoa consegue superar as adversidades suas chances de obter retornos significativos são enormes.
Muitas vezes os problemas não são superados porque são difíceis, são barreiras intransponíveis, mas porque ninguém tentou, porque a questão não motiva, não há crença na possibilidade de sucesso ou, simplesmente, porque não interessam.
Quem já teve oportunidade de ver um garimpeiro trabalhando vai perceber facilmente o confronto da dificuldade com a fé no resultado. Quilos de pedras removidos e trabalhados para encontrar algumas gramas de ouro.
Um vendedor que trabalhou comigo alguns anos sempre dizia: “Dedique-se, dificilmente saberemos quando uma iniciativa nossa nos levará a resultados surpreendentes, pois na vida, na sua empresa, fazendo tudo certo suas chances de sucesso são de 50%”.
Qualquer tarefa que vale a pena ser feita, merece ser bem feita, acredite nisso. Quando decidir fazer alguma coisa faça bem feito , pois pior que não fazer é fazer mal feito .
Existem situações no dia-a-dia que incomoda a todos, mas ninguém se propõe a resolver afinal como diz o dito popular: “Por que eu tenho que resolver isso ?”
Conta a lenda que um rei muito preocupado com seu reino queria saber se as pessoas também se importavam com o bem estar de seus súditos e com o lugar onde viviam e trabalhavam.
Para fazer uma avaliação colocou uma pedra enorme no meio da principal estrada que dava acesso ao castelo, onde todos tinham que passar para as audiências em busca de ajuda. As pessoas passavam , desviando , contornavam a pedra e seguiam caminho.
Um senhor vinha em sua carroça com legumes para vender no mercado, ao ver a pedra encostou-se à margem da estrada e desceu para tentar remove-la. Sempre que passava uma pessoa pedia que o ajudasse, mas todos diziam :
“Meu senhor essa pedra esta ai há dias, não perca seu tempo” e seguiam em frente.
Com muito esforço, já bastante cansado, conseguiu move-la e empurrá-la para um canto da estrada. Quando seguia para sua carroça notou uma bolsa no chão, num buraco que havia embaixo da pedra, ao abri-la encontrou com um bilhete que dizia:
“Esta bolsa contém moedas de ouro e é um presente do Rei para quem se importa com o bem estar de seu reino e de seus semelhantes”.
Que tal remover algumas pedras do caminho hoje?

Ivan Postigo
Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP
Postigo Consultoria de Gestão Empresarial
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
ipostigo@terra.com.br

Investimentos externos chegam a US$ 31,2 bilhões, melhor resultado desde 1947

Rodrigo Postigo

29/11/2007

Brasil bateu o recorde de ingresso de investimentos estrangeiros diretos para o período de janeiro a outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central. O volume de investimentos estrangeiros no Brasil somou US$ 31,2 bilhões, o melhor resultado desde 1947.

O crescimento foi de 128% em relação aos dez primeiros meses de 2006, quando os investimentos somaram US$ 13,6 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o Banco Central estimou que o Brasil fechará novembro com investimento estrangeiro direto de US$ 2,5 bilhões, sendo que US$ 2,2 bilhões já foram contabilizados até esta quarta-feira.

Com isso, o volume sobe para US$ 33,4 bilhões no acumulado deste ano, superando o recorde anterior registrado no ano de 2000 fechado - quando entraram US$ 32,7 bilhões em investimentos no País.

Já para 2008, a projeção do Banco Central é de recuo na entrada de investimentos diretos. A previsão é de um ingresso de US$ 28 bilhões. Entretanto, este valor não inclui a previsão de aquisições e fusões. Segundo Lopes, a projeção deve ser revisada no próximo mês.

Para a conta de transações correntes, que registra as entradas e saídas de dólares referentes ao movimento da balança comercial, dos serviços e das rendas, houve um déficit de US$ 42 milhões em outubro deste ano. No entanto, no acumulado dos dez primeiros meses de 2007, ocorreu um superávit de US$ 5,59 bilhões.

Lula atribui recuo na reforma tributária ao Congresso

Valor Econômico / Paulo de Tarso Lyra

29/11/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou ontem aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social - que possui um subgrupo para tratar da reforma tributária - que decidiu adiar o encaminhamento da proposta, bem como da nova política industrial, ao Congresso, para poder " esperar para ver o que acontece com a CPMF " . Lula, que aposta em uma solução para a CPMF para os próximos dias, deixou claro que as dificuldades enfrentadas para prorrogar o imposto do cheque, serão cobradas mais à frente, durante a tramitação da reforma. " Não vamos fazer como fizemos em 2003, quando mandamos a reforma tributária para o Congresso, os parlamentares e os governadores não quiseram e a culpa ficou sendo do governo "

Lula defendeu que sejam dados nomes aos bois . Para ele, é preciso apontar qual o parlamentar, qual o prefeito, qual o governador, qual o ministro, que não quer a reforma tributária. O presidente justificou o adiamento do encaminhamento com a argumentação do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Dornelles acha que misturar temas polêmicos como reforma tributária e CPMF não ajuda o debate político. O ministro da Fazenda havia alegado que o governo estava atendendo, no recuo, a um pedido da líder Ideli Salvatti. Ele me mostrou que não é bom colocar na mesma sala alunos que estão em séries diferentes , comparou o presidente. Na noite de segunda, Lula vetou um artigo da MP 387 que permitia o repasse de verbas do PAC durante o período eleitoral. O artigo provocou uma revolta da oposição, especialmente no Senado, que havia derrubado o artigo, recolocado posteriormente pela Câmara. O líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que o governo apenas quitou um passivo que tinha com a oposição, algo insuficiente para alterar a disputa política em relação à CPMF . O Planalto continua cabalando votos.

Ontem, durante o almoço, o ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro, estudou os números da CPMF com os colegas Paulo Bernardo (Planejamento), Guido Mantega (Fazenda) e José Gomes Temporão (Saúde). Múcio definiu o embate daqui por diante de uma disputa de poder, algo que extrapola a questão técnica da CPMF . Múcio jantou ontem com a bancada do PTB, hoje deve reunir-se, à noite, com a bancada do PMDB no Senado. Não sabe se ouvirá dos senadores uma cobrança efetiva em relação ao Ministério de Minas e Energia. Se me apresentarem a demanda, repassarei o pacote adiante , prometeu ele. O novo ministro da coordenação reconhece que a CPMF transformou-se em um depositário de sentimentos políticos, mas sempre acha que o sentimento de responsabilidade vai prevalecer . Nos próximos doze dias, Múcio vai tentar conversar com todos os senadores, ouvir as demandas de cada um e estudar os pleitos. Não é hora de faz de conta . O petebista acha difícil, devido a agenda de viagens oficiais, que Lula jante com senadores antes do primeiro turno da votação da CPMF. E classifica a disputa como um clássico, no jargão futebolístico. Precisamos de 49 votos. Ninguém pode se machucar daqui para frente .

Não há momento mais oportuno para investir no Brasil, diz Henri

Gazeta Mercantil

29/11/2007

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje o grão-duque Henri de Luxemburgo, no Palácio do Itaramaty. De acordo com ele, este é o momento oportuno para as empresas do país europeu intensificarem os investimentos no Brasil, pois a economia nacional está estável e crescendo.

"O momento para voltar os olhos para o Brasil não podia ser mais oportuno. A economia brasileira está firmemente assentada nos trilhos da estabilidade. Temos assegurado crescimento duradouro a taxas anuais de no mínimo 5%. Os fluxos de investimentos direto estrangeiros deverão ultrapassar os US$ 35 bilhões em 2007".

Lula citou a expansão da siderúrgica Arcelor-Mittal, em Vitória (ES), com investimentos de US$ 1,8 bilhão. A empresa é uma fusão de siderúrgicas de Luxemburgo e da Índia. Amanhã, Lula e o grão-duque participam do lançamento da expansão na capital capixaba.

O grão-duque, por sua vez, afirmou que o Brasil é um país dinâmico e ambicioso. "O desenvolvimento de seu país nos obriga a mirá-lo", acrescentou. Henri abriu seu discurso com uma brincadeira, ao afirmar que foi o padre luxemburguês João Felipe Bettendorf quem descobriu o guaraná, durante uma missão jesuíta no Brasil, no século 17. Ele continuou, dizendo que não vai reivindicar a patente.

Lula ressaltou que os dois países compartilham os ideais de combate à pobreza e de proteção do meio ambiente. E lembrou que Luxembrugo é um dos países que aplicam recursos para o desenvolvimento em nações pobres. O presidente aproveitou para falar sobre a produção de biocombustíveis, já que o grão-duque visitou uma fábrica de etanol, em Ribeirão Preto (SP).

"O Brasil leva muito a sério essas responsabilidades. Por isso, estamos trabalhando no zoneamento agro-ecológico da cana e no desenvolvimento de certificação para o etanol e para o biodiesel", disse Lula. "Queremos garantir que os setores de etanol e biodiesel se desenvolverão em harmonia com a natureza e em benefício da população mais carente".

Setor de eletrônicos espera alta de 15% nas vendas neste final de ano

Rodrigo Postigo

29/11/2007

Embalados pelo crescimento da renda dos consumidores e pelo aquecimento do mercado, os fabricantes nacionais de eletroeletrônicos projetam um crescimento em suas vendas de 15% durante este Natal, na comparação com as festas do ano passado. A previsão é de Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).

Segundo Kiçula, o segmento também está sendo impulsionado pelas constantes inovações apresentadas pela indústria. A expectativa é favorável , pontuou ele.

Dentre os destaques das vendas esperadas para este ano, o presidente da Eletros lembrou dos refrigeradores, na linha branca, que estão cada vez mais eficientes na economia de energia; dos conversores para TV digital, na linha de imagem e som; e dos ventiladores, com a elevação das temperaturas do verão.

Superávit do governo central sobe a R$ 10 bi em outubro

Rodrigo Postigo

29/11/2007

O governo central fechou outubro com um superávit primário em suas contas de R$ 10,01 bilhões, ante resultado positivo de R$ 38,7 milhões no mês anterior, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira.

Em outubro do ano passado, o superávit primário foi de R$ 6,850 bilhões. A recuperação das contas frente a setembro se explica porque, naquele mês, o governo antecipou o pagamento de metade do 13º salário a aposentados e pensionistas. A outra metade do benefício será paga em dezembro.

O governo central é formado por Tesouro, Previdência e Banco Central.

No mês passado, o Tesouro registrou um superávit primário de R$ 12,771 bilhões; a Previdência teve um déficit de R$ 2,694 bilhões e o BC, déficit de R$ 65,6 milhões.

No ano, o superávit primário acumulado pelo governo central é de R$ 61,657 bilhões, equivalente a 2,96% do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a outubro do ano passado, o superávit foi de R$ 55,018 bilhões, o que correspondia a 2,89% do PIB.

Trocas entre Brasil e Venezuela já ultrapassam US$ 4 bilhões

Rodrigo Postigo

29/11/2007

O comércio entre o Brasil e a Venezuela vem batendo recordes sucessivos nos últimos anos. Entre 2003 e o ano passado, as vendas brasileiras para o país vizinho cresceram 486%, saltando de US$ 608 milhões para US$ 3,565 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No período, Brasil contabilizou superávit de quase US$ 3 bilhões.
De acordo com o presidente da Câmara Venezuelana-Brasilleira de Comércio e Indústria, José Francisco Marcondes, a Venezuela em 2003 era o 26º destino das exportações brasileiras, atingindo atualmente a 6º colocação, ficando atrás dos EUA, Argentina, China, Holanda e Alemanha. Somente em outubro passado as exportações chegaram a US$ 550 milhões, pouco abaixo de todas as vendas registradas em 2003. Como destacou Marcondes, de 1999 a 2002 o crescimento tinha sido de apenas de 48%, passando de US$ 536,7 milhões para US$ 798,9 milhões.

O crescente comércio entre os dois países - de janeiro a outubro deste ano as trocas comerciais já somaram US$ 4,1 bilhões, 18,3% a mais sobre o mesmo período de 2006, e superávit de US$ 3,524 bilhões - vem sendo impulsionado pelas políticas de integração do continente e pelo desempenho da economia venezuelana no período. Desde 2003, a Venezuela vem apresentando um dos maiores índices de crescimento econômico do continente (9,3% em 2005 e 8,2% no segundo trimestre de 2006), com ampliação do mercado consumidor interno.

“O momento é de crescer e seguir construindo a integração”, afirmou o presidente da entidade empresarial ao defender a adesão da Venezuela ao Mercosul. Na semana passada, o ingresso da Venezuela ao bloco foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos deputados.

Os principais produtos que o Brasil exporta atualmente para a Venezuela são automóveis de passageiros, autopeças, tratores, carne de frango, produtos laminados planos de ferro ou aço, veículos de carga, álcool etílico, pneus, açúcares, medicamentos, ônibus e aparelhos de telefonia celular.

“A Venezuela compra basicamente produtos manufaturados do Brasil. O que é bastante salutar do ponto de vista de utilização de mão-de-obra e tecnologia, já que o país é grande exportador de commodities”, disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. O professor Ricardo Carneiro, do Instituto de Economia da Unicamp, destaca que a exportação de manufaturados do Brasil para vizinhos latino-americanos é beneficiada pelo crescimento das economias da região.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Redução de impostos ao etanol brasileiro pode ajudar clima, diz ONU

Rodrigo Postigo

28/11/2007

O Brasil tem uma produção mais eficiente de etanol que os Estados Unidos e a União Européia, embora as vendas externas do produto brasileiro sejam limitadas por altas tarifas de importação, informou nesta terça-feira um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

"O levantamento destas taxas iria gerar ganhos não apenas para o Brasil, mas para mitigação das alterações climáticas", afirma o documento.

O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2007-2008 também afirma que o comércio internacional poderia desempenhar "um papel mais preponderante na expansão de mercados para combustíveis alternativos".

"Além disso, o etanol produzido com a cana-de-açúcar é mais eficiente na redução de emissões de carbono", disse o relatório. O Brasil é o maior produtor deste tipo de etanol.

Na parte do documento sobre América Latina e Caribe, a Amazônia brasileira aparece como responsável por estocar 49 bilhões de toneladas de carbono, embora o País ocupe a quinta posição entre as fontes de emissão de gases do efeito estufa através do desmatamento.

"Para cada um dólar gerado pela destruição de florestas no Brasil para produção de soja para exportação, o mundo perde U$ 6 em ativos para mitigação vital do clima", afirmou o relatório.

Leilão da ANP arrecada R$ 2,1 bi

Rodrigo Postigo

28/11/2007

As mudanças promovidas às vésperas do leilão afugentaram as maiores companhias do setor, mas, mesmo assim, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) obteve arrecadação recorde de R$ 2,109 bilhões na 9ª rodada de licitações de áreas exploratórias no Brasil, realizada ontem.Desta vez, ao contrário de anos anteriores, os grandes concorrentes da Petrobrás foram companhias brasileiras, estreantes no setor ou de pequeno e médio porte.

A ANP vendeu 117 das 271 áreas oferecidas e espera investimentos de R$ 6 bilhões nos próximos anos.

O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, comemorou o resultado do evento, que arrecadou mais do que o dobro do que o recorde anterior, de R$ 1,07 bilhão. Mas reconheceu que poderia ser bem melhor caso as 41 áreas com potencial de reservas abaixo da camada de sal fossem mantidas. "Mas as áreas saíram para que se busque benefícios maiores para o Brasil. Foram reservadas para um aproveitamento mais expressivo do que os R$ 8 bilhões em bônus que poderiam render."

Lula esquece palavra empenhada e adia reforma tributária para 2008

Ele prometera enviar proposta até dia 30, mas mudou de idéia, com receio de tema contaminar votação da CPMF

Agência Estado / Adriana Fernandes, Renata Veríssimo e Denise Madueño

28/11/2007

O cenário para a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) piorou tanto que o governo decidiu ontem adiar o envio ao Congresso Nacional do projeto de reforma tributária e descumprir a palavra empenhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o temor de piorar as negociações, a proposta só será enviada depois de resolvida a votação da CPMF. Como a emenda que prorroga o imposto do cheque só deverá ser votada no fim de dezembro, é certo que o tema ficará para o próximo ano. A reforma tributária já foi adiada várias vezes desde o primeiro mandato de Lula.

Na semana passada, durante encontro com empresários alemães e brasileiros em Blumenau, o presidente prometera encaminhar o texto até dia 30 deste mês. O envio da proposta até o fim de novembro também fez parte das negociações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a base aliada para a votação da emenda da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A decisão de adiar a reforma tributária foi tomada pelo presidente depois que os líderes dos partidos da base aliada ponderaram que o projeto poderia aumentar a polêmica em torno da votação da CPMF.

Segundo avaliação dos governistas, a tramitação da reforma tributária, que embute temas polêmicos, poderia desagregar a base e aumentar o risco de reprovação do imposto do cheque. Coube ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar a decisão após reunião de coordenação política no Palácio do Planalto. "A coordenação do governo chegou à conclusão de adiar a apresentação da reforma tributária para depois que resolvermos a questão da CPMF. É para primeiro tirar uma questão de cena", disse.

Segundo ele, a base aliada achou "inadequado" apresentar um tema "forte", no momento em que o governo ainda não conseguiu aprovar a prorrogação do imposto do cheque.A equipe econômica estava preparada para enviar o projeto no dia 29 e de última hora tinha feito modificações para ampliar a partilha dos tributos com os Estados e conseguir maior apoio à CPMF. "A reforma continua valendo. Ela está praticamente pronta e dará entrada no Congresso tão logo seja oportuno. Não vamos misturar os canais", disse Mantega. Ele reconheceu, contudo, que há "vozes discordantes" em relação à proposta desenhada pelo governo.

Reforma tributária só após CPMF, diz Mantega

Rodrigo Postigo

28/11/2007

A coordenação política do governo decidiu hoje (26), em reunião, adiar a apresentação da proposta de reforma tributária, que deveria ser encaminhada ao Congresso Nacional até o próximo dia 30, conforme havia dito o presidente Luis Inácio Lula da Silva.A informação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo quem, a intenção é não colocar o tema em pauta no mesmo momento em que o Legislativo discute a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)."Queremos primeiro tirar uma questão de cena para depois entrarmos com a outra", disse o ministro, ao informar que a mudança de planos foi sugerida pelos líderes que compõem a base aliada do governo. "A reforma tributária é muito positiva para o país, agrada a grande maioria. Mas pode ter uma voz discordante, pode ter um senador que não goste de um ponto. Então é melhor postergá-la", acrescentou.

Segundo Mantega, a proposta já está pronta e trará pontos positivos para os estados e a sociedade como um todo. "Mas agora vamos concentrar todos os nossos esforços para a aprovação da CPMF", reiterou.

Sobre essa questão, o ministro admitiu que, caso os senadores votem contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga o imposto até 2011, até mesmo o superávit primário poderá ser sacrificado.

"Vamos continuar nos esforçando para ter um equilíbrio fiscal e para fazer o superávit fiscal que está comprometido. Agora, é claro que se você ficar sem R$ 40 bilhões de uma hora para outra, isso pode nos afetar também na questão do superávit", disse, referindo-se à estimativa de arrecadação da CPMF em 2008.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Execesso de proteção no Japão afasta fundos

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados / Bloomberg News

27/11/2007

Os fundos de hedge estão tirando os investimentos do Japão, devido aos retornos mais baixos e à deficiente governança corporativa na maior economia da região, disse Kathy Matsui, principal estrategista do Goldman Sachs Group em Tóquio. O retorno médio do Japão sobre ações será de 10,2% este ano fiscal, ante 20% nos EUA e 15,7% na Ásia, segundo Matsui.

O retorno sobre o patrimônio mede o retorno do capital investido pelos acionistas. Por outro lado, as empresas japonesas se defendem das compras de companhias estrangeiras, procurando elevar os preços das ações, por meio de compras de participações entre si ou tomando as chamadas medidas "poison pills" (dispositivo de desvalorização da empresa aos olhos do comprador).

Cerca de 400 empresas japonesas, ou 10% de todas as firmas de capital aberto, tomaram providências para afastar compras hostis de controle acionário, segundo pesquisa do jornal Nikkei. "Encontro estrangeiros o tempo todo; as pessoas estão desapontadas com o mercado japonês", disse Matsui.

Os hedge funds que investem no Japão presenciaram a fuga de capital de cerca de US$ 7 bilhões, enquanto a Ásia ex-Japão viu entradas de recursos de US$ 17 bilhões até o final de outubro este ano, segundo a Eurekahedge, empresa de pesquisa de hedge funds de Cingapura. O índice Nikkei 225 recuou 4,3% este ano em dólares, e pode caminhar para o seu pior ano desde 2002.

O índice Eurekahedge Asia Ex-Japan Hedge Funds ganhou 35% este ano, ante avanço de 1,9% do índice Eurekahedge do Japão. A maioria dos cerca de 700 investidores internacionais que compareceram a uma conferência de dois dias do Goldman Sachs em Tóquio no início do mês demonstrou interesse em investir na Ásia, de acordo com três dos participantes, incluindo Hiromichi Tsuyukubo da Myojo Asset Management Japan.

"O interesse pelo Japão em média ficou menor que no ano passado", disse Tsuyukubo, que administra cerca de US$ 800 milhões na Myojo Asset, hedge fund com sede em Tóquio. "Mas a boa nova foi que a conferência atraiu muitos investidores de longo prazo, como fundações estudantis e empresas familiares."

Os investidores no Japão, incluindo a Steel Partners e a Harbinger Capital Partners de Warren Lichtenstein, tiveram rejeitadas suas ofertas hostis já que as empresas japonesas se voltaram para as "poison pills" e participações acionárias. A Bull-Dog Sauce, fabricante de condimentos, rejeitou em junho uma abordagem de compra da Steel Partners, e permitiu que todos os investidores, exceto o fundo, convertessem bônus que emitiu em ações ON.

O Tribunal Superior de Tóquio decidiu que a Steel Partners é "uma compradora aproveitadora". A Suprema Corte do Japão também tomou partido da Bull-Dog. As empresas também se voltam para uma antiga prática de participação acionária. A

Toyota Motor e a Matsushita Electric Industrial, respectivamente a maior e a décima empresa do país em valor de mercado, disseram que mantêm participações uma da outra. "Os parâmetros de governança no Japão, em relação ao resto da Ásia, estão realmente muito baixos", disse Matsui.

Superávit de novembro é de US$ 1,568 bilhão

Rodrigo Postigo

27/11/2007

A balança comercial brasileira encerrou a quarta semana de novembro com superávit de US$ 139 milhões, o menor saldo semanal do mês, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.

Com o resultado, o superávit acumulado em novembro subiu para US$ 1,568 bilhão, informou o Ministério em comunicado.

As exportações na quarta semana do mês somaram US$ 3,5, o equivalente a uma média por dia útil de US$ 700 milhões.

No mesmo período, as importações totalizaram US$ 3,361 bilhões, o que corresponde a US$ 672,2 milhões de média por dia útil. No ano, a balança comercial brasileira acumula saldo positivo de US$ 35,944 bilhões.

Reforma tributária não chegará ao Congresso até dia 30

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou, na tarde desta segunda-feira (26), que a proposta de reforma tributária não será enviada ao Congresso Nacional até o dia 30 deste mês. De acordo com o parlamentar, não adianta encaminhar uma proposta de reformaque ainda não está concluída pelo Executivo.

Jucá defendeu o envio de uma reforma tributária radical e ousada. Porém, segundo ele, se a área da Fazenda ainda não fechou esse modelo "mais ousado" com os governadores e prefeitos é melhor discutir mais um pouco e não enviar uma proposta pela metade. O senador lembrou que proposta de reforma aprovada há quatro anos pelo Senadoestá parada na Câmara. Em sua opinião, isso ocorreu por falta de acordo com os governadores.

- Eu acho que a proposta tem que ser contundente. Tem que ser uma proposta que sinalize para a sociedade que o governo quer avançar na questão tributária, simplificando e melhorando os tributos. Se a proposta não está pronta ainda, o governo não deve enviá-la - defendeu o senador.

PIB brasileiro se concentra em 7 Estados

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é concentrado em sua grande maioria por sete Estados do Brasil, segundo divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na revisão do PIB entre os anos de 2002 e 2007 em todas as regiões brasileiras. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Santa Catarina são responsáveis por 75% do PIB.

A soma das participações dos sete maiores Estados na economia brasileira atingiu 75,9%, em 2002 e reduziu-se para 75,2% em 2005. Entre 2002 e 2005, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os que mais perderam participação, embora São Paulo tenha se recuperado ligeiramente em 2005, sem retornar ao patamar de 2002. Uma seca, que levou à queda dos preços dos grãos, foi o principal motivo para o resultado no Rio Grande do Sul em 2004 e 2005.

Com a revisão, o Distrito Federal continua com o maior PIB per capita, mas, na nova série, São Paulo tomou do Rio a segunda posição neste ranking. O PIB representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no Brasil.

País quer limitar cobrança da TEC no Mercosul

Agência Estado / Adriana Chiarini

27/11/2007

O Brasil vai propor aos demais países do Mercosul, inclusive à Venezuela, a transformação do bloco em uma efetiva união aduaneira (com livre circulação de mercadorias importadas), com limitação da cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) à entrada de produto no bloco, informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Eduardo Melin. Hoje há mais de uma cobrança da TEC por produto estrangeiro, porque ela é cobrada na passagem do bem entre um país e outro dentro do bloco.

A proposta do Brasil é criar um mecanismo de cobrança e repartição da TEC, que seria unificada, e iria para os "países menores". "Nas uniões aduaneiras, os grandes ganham mercado, e os pequenos, renda e investimento", afirmou.Segundo Melin, até hoje não se conseguiu limitar a cobrança da TEC no Mercosul a uma vez por causa de dificuldades de distribuição de receita aduaneira. Se a distribuição da receita fosse pelo lugar de entrada, provavelmente o Brasil arrecadaria mais por ter o maior território e mercado.

Outras formas pelas quais Melin acredita que o Brasil ajuda a apoiar os países vizinhos é pela construção de infra-estrutura de energia e transportes na região e também de regras institucionais para reduzir as assimetrias e dar estabilidade à região.

"Mas isso não é integração em si, são coisas que facilitam a integração, mas não resolvem", disse.No mesmo seminário, o diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, informou que os diplomatas brasileiros estão orientados a trabalhar para que o Brasil passe a ter déficits comerciais com os países da América do Sul, como forma de demonstrar "generosidade" com a região de maneira a facilitar a integração.

Melin, no entanto, descartou a possibilidade de o Brasil passar a ter déficits comerciais com esses países. "A generosidade que o Brasil pode e deve demonstrar não vai se manifestar substancialmente nos saldos comerciais. É só olhar as estruturas produtivas. A assimetria é profunda, estrutural e só tende a crescer", afirmou Melin.

Economia brasileira deve crescer 4,71% em 2007 e 4,33% no ano seguinte, revela Focus

Valor Online

27/11/2007

O mercado financeiro fez mudanças na expectativa de crescimento da economia brasileira em 2007 e nos 12 meses seguintes. Para este ano, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi levemente alterada, de 4,70% para 4,71%. Em 2008, a estimativa é de que a economia do país avance 4,33% e não 4,37% como o calculado antes.

A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a instituições financeiras, mostrou também alteração na expectativa para o saldo comercial deste ano, ampliada de US$ 40,78 bilhões para US$ 40,80 bilhões. Para 2008, a estimativa saiu de US$ 34 bilhões de superávit para US$ 34,6 bilhões.

Os analistas reduziram novamente a previsão para as contas correntes brasileiras em 2007, de US$ 8,6 bilhões para US$ 8,45 bilhões, mas conservaram o prognóstico do próximo ano em US$ 2,42 bilhões.Quanto à projeção para a entrada de investimentos estrangeiros, foi mantida em US$ 33 bilhões para 2007 e em US$ 25 bilhões em 2008.O documento apresenta ainda um aumento de 5,30% para a produção industrial até dezembro e de 4,5% no ano que vem.

Votação para entrada da Venezuela no Mercosul fica para 2008

Rodrigo Postigo

27/11/2007

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), descartou nesta segunda-feira votar ainda este ano no plenário da Casa o projeto que autoriza a entrada da Venezuela no Mercosul. A matéria foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada.

Chinaglia explicou que já há acordo para votar outras três matérias neste último mês de trabalhos legislativos. "Não creio que se consiga votar isso (entrada da Venezuela) ainda este ano. Mesmo porque ainda temos pendente a votação do Orçamento e outras três matérias", disse.

Pelo acordo, as outras três propostas que devem ser votadas antes do recesso são a proposta de emenda à Constituição dos vereadores, um projeto sobre defensoria pública e a conclusão da reforma política, além de medidas provisórias que trancam a pauta.

O novo líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), também acredita que a votação da entrada da Venezuela no Mercosul não deva acontecer este ano, mas disse que a proposta é uma das prioridades para a base.

O líder, no entanto, disse que não fará disso "uma sangria desatada". "A questão está andando bem, a proposta foi aprovada na CCJ na semana passada. A relação do Brasil com a Venezuela está bem. Não precisamos correr contra o tempo, se não for esse ano, aprovamos no começo do ano que vem", disse Fontana.

Depois de passar pela aprovação do Plenário na Câmara, a proposta ainda segue para tramitação no Senado.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Novo Mercado já conta com 32% das empresas atualmente listadas na Bovespa

Uma empresa listada no Nível 1 não apresenta práticas diferenciadas, mas para o investidor o fato de dizer que faz parte dos níveis que exigem mais governança pode levar o investidor a comprar gato por lebre, argumentam analistas do mercado

Rodrigo Postigo

26/11/2007

O segmento mais exigente da Bovespa, o Novo Mercado vive seu momento mais importante e conta hoje com 151 empresas, ou 32% do total as empresas atualmente listadas na Bolsa. Já a porcentagem de valor de mercado desse grupo de empresas alcança os 50%, demonstrando maior confiança e valor de suas ações em empresas com mais governança. O Novo Mercado, criado em 2001 com 15 empresas, exige os níveis máximos de governança corporativa.

Os níveis de governança já respondem por 59% do valor de mercado (market capitalization) da Bovespa ( R$ 1 trilhão), segundo estudo da Fecap.

Analistas e investidores, porém, afirmam que os níveis de governança precisam ser aperfeiçoados. Uma empresa listada no Nível 1 não apresenta práticas diferenciadas, mas para o investidor o fato de dizer que faz parte dos níveis que exigem mais governança pode levar o investidor a comprar gato por lebre, argumentam analistas do mercado.

Outra crítica é quanto a abertura que está sendo dada para entrar, principalmente no Novo Mercado, que é o mais exigente dos níveis de governança. Isso porque na hora de firmar o contrato - necessário para entrar nos níveis de listagem especial da bolsa - existe abertura para que algumas regras só sejam cumpridas depois. Entre elas está a que determina que as companhias precisam ter um mínimo de 25% de suas ações em circulação no mercado (free float). A regra faz parte do regulamento do Novo Mercado e Nível 2.

No entanto, é permitido que as empresas tenham até três anos para cumprir o free float, após fazer seu IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações, pela qual as empresas abrem seu capital). Atualmente, das 89 companhias do Novo Mercado, nove estão fora do free-float. O diretor de relações com empresas da Bovespa, João Batista Fraga, diz que o prazo é concedido quando o valor do IPO é muito alto. O prazo para cumprir o free float precisa ser solicitado pela empresa à Bovespa, acrescentou.

CDR aprova autorização para duas novas ZPEs

Rodrigo Postigo

26/11/2007

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) aprovou nesta quinta-feira (22) pareceres favoráveis a dois projetos que tratam da criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). Uma dessas áreas será em Sinop (MT) e a outra em Paragominas (PA).

Ambas as propostas seguem agora para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para votação em decisão terminativa.O projeto que propõe a ZPE de Sinop (PLS 439/07) é de autoria do senador Jayme Campos (DEM-MT). Em seu parecer favorável, a relatora da matéria, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), destacou a importância das ZPEs como instrumento para fomentar o desenvolvimento econômico.

Em Sinop, a criação da área de comércio contribuirá para estimular o desenvolvimento industrial da região, gerando empregos e renda para a população, acredita a senadora.Jayme Campos comemorou a aprovação da proposta na CDR e afirmou acreditar que a criação de ZPEs no interior do país é uma "forma de acabar com o desequilíbrio de renda e desenvolvimento entre as regiões do Brasil".

O senador disse esperar que o governo federal transforme em realidade as ZPEs, cuja criação compete ao Congresso autorizar.A outra autorização aprovada pela CDR, prevista no projeto de autoria do senador Mário Couto (PSDB-PA), tem por objetivo a criação de uma ZPE em Paragominas (PLS 554/07). Em parecer favorável, o relator do projeto, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), destacou que a cidade de Paragominas, com população de quase 90 mil habitantes, tem infra-estrutura de transporte adequada para o escoamento de produtos de uma área de livre comércio.

O relator lembrou que no município existe um terminal rodoviário moderno e, destacou, o mais novo aeroporto do Pará.

Economia aquecida puxa recorde no consumo de energia no Brasil

Reuters / Denise Luna

26/11/1007

O consumo de energia no Brasil atingiu volume recorde no acumulado de 12 meses até o final de outubro, devido ao aumento da demanda por parte do setor industrial e do comércio, informou nesta sexta-feira a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

De acordo com relatório divulgado pela EPE, o consumo no acumulado de 12 meses até outubro obteve um acréscimo de 17,8 mil gigawatts em relação a igual período de 2006, pulando para 372.960 gigawatts/hora, uma alta de 5 por cento.

"Isso mostra uma mudança de patamar no Brasil... é o maior volume de energia consumido dentro da série histórica", disse a jornalistas o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

A entidade informou que o consumo de energia no Brasil apenas no mês de outubro ficou 6 por cento acima do verificado em outubro de 2006, em um volume de 32.087 gigawatts/hora.

"Esse crescimento é positivo, se não houvesse aumento é porque estaríamos em recessão", avaliou, rebatendo preocupações com o risco de racionamento se o consumo continuar alto.

"Não há problema de desabastecimento, as distribuidoras estão com energia contratada até 2012, mas vamos fazer mais dois leilões para ajustes de oferta em 2011 e 2012, não vai faltar energia", disse o executivo.

A região Centro-Oeste, movida pela agroindústria, teve uma das maiores mudanças de patamar, segundo levantamento da EPE. Em outubro de 2006 o consumo havia crescido 2,5 por cento em relação ao mesmo período de 2005, enquanto este ano registra acréscimo de 6,3 por cento na comparação anual.

Na mesma comparação, o consumo no Sudeste, responsável por metade da demanda por energia do país, subiu 4,7 por cento em outubro deste ano, contra alta de 3,2 por cento em outubro do ano passado em relação a 2005.

O consumo de energia pelo comércio, segundo dados da EPE de outubro, subiu 7,5 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, enquanto as residências demandaram mais 5,7 por cento, e a indústria, responsável por quase metade da demanda total, teve alta de 5 por cento.

Tolmasquim destacou a perspectiva de aumento da autoprodução de energia, que em outubro correspondia a 8 por cento do total consumido, ou 16 por cento do consumo industrial. Em dez anos, estimou o executivo, a geração própria deve representar 13 por cento do total ou 27 por cento do consumo industrial.

"A autoprodução vai crescer principalmente nos setores de siderurgia, papel celulose, petroquímica e sucroalcooleiro", estimou Tolmasquim.

De janeiro a outubro, o consumo de energia no país foi de 311.108 GWh, ou 5,2 por cento a mais do que os 295.676 GWh registrados em 2006.

Economia aquecida puxa recorde no consumo de energia no Brasil

Reuters / Denise Luna

26/11/1007

O consumo de energia no Brasil atingiu volume recorde no acumulado de 12 meses até o final de outubro, devido ao aumento da demanda por parte do setor industrial e do comércio, informou nesta sexta-feira a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

De acordo com relatório divulgado pela EPE, o consumo no acumulado de 12 meses até outubro obteve um acréscimo de 17,8 mil gigawatts em relação a igual período de 2006, pulando para 372.960 gigawatts/hora, uma alta de 5 por cento.

"Isso mostra uma mudança de patamar no Brasil... é o maior volume de energia consumido dentro da série histórica", disse a jornalistas o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

A entidade informou que o consumo de energia no Brasil apenas no mês de outubro ficou 6 por cento acima do verificado em outubro de 2006, em um volume de 32.087 gigawatts/hora.

"Esse crescimento é positivo, se não houvesse aumento é porque estaríamos em recessão", avaliou, rebatendo preocupações com o risco de racionamento se o consumo continuar alto.

"Não há problema de desabastecimento, as distribuidoras estão com energia contratada até 2012, mas vamos fazer mais dois leilões para ajustes de oferta em 2011 e 2012, não vai faltar energia", disse o executivo.

A região Centro-Oeste, movida pela agroindústria, teve uma das maiores mudanças de patamar, segundo levantamento da EPE. Em outubro de 2006 o consumo havia crescido 2,5 por cento em relação ao mesmo período de 2005, enquanto este ano registra acréscimo de 6,3 por cento na comparação anual.

Na mesma comparação, o consumo no Sudeste, responsável por metade da demanda por energia do país, subiu 4,7 por cento em outubro deste ano, contra alta de 3,2 por cento em outubro do ano passado em relação a 2005.

O consumo de energia pelo comércio, segundo dados da EPE de outubro, subiu 7,5 por cento em relação ao mesmo mês de 2006, enquanto as residências demandaram mais 5,7 por cento, e a indústria, responsável por quase metade da demanda total, teve alta de 5 por cento.

Tolmasquim destacou a perspectiva de aumento da autoprodução de energia, que em outubro correspondia a 8 por cento do total consumido, ou 16 por cento do consumo industrial. Em dez anos, estimou o executivo, a geração própria deve representar 13 por cento do total ou 27 por cento do consumo industrial.

"A autoprodução vai crescer principalmente nos setores de siderurgia, papel celulose, petroquímica e sucroalcooleiro", estimou Tolmasquim.

De janeiro a outubro, o consumo de energia no país foi de 311.108 GWh, ou 5,2 por cento a mais do que os 295.676 GWh registrados em 2006.

Lula quer CPMF permanente na reforma tributária

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Em um esforço para tentar retomar o diálogo com o PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e articuladores políticos do governo no Senado a convidar os tucanos para discutir o projeto de reforma tributária que o Executivo pretende enviar ao Congresso em breve.

A idéia é tentar trocar a aprovação da prorrogação da CPMF até 2011 pela redução significativa ou completa de um ou mais tributos num amplo acordo de reforma tributária. Mais: nessa operação, a CPMF poderia virar imposto permanente, com alíquota menor, caso haja mesmo um acordo em torno da reforma tributária.

O governo argumenta que o imposto do cheque, mesmo que venha a ter reduzida gradativamente a alíquota de 0,38% para 0,30%, é um tributo fundamental para o fechamento das contas públicas e o financiamento da Saúde e de programas sociais.

Nesse contexto, uma CPMF permanente interessaria ao PSDB, que tem dois presidenciáveis na praça, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Faz sentido discutir uma reforma tributária que trocasse a confirmação em definitivo da CPMF como tributo em troca da redução ou extinção de outros.

Com razão, senadores e dirigentes do PSDB desconfiam que esse novo aceno de Lula seja abandonado depois de prorrogada a CPMF, já que o governo petista promete se empenhar por uma reforma tributária desde o primeiro mandato.

Se for apenas um factóide para prorrogar a CPMF, o resultado será o fortalecimento da ala do PSDB que bombardeia tentativas de diálogos e acordos entre tucanos e petistas.

Lula quer CPMF permanente na reforma tributária

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Em um esforço para tentar retomar o diálogo com o PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e articuladores políticos do governo no Senado a convidar os tucanos para discutir o projeto de reforma tributária que o Executivo pretende enviar ao Congresso em breve.

A idéia é tentar trocar a aprovação da prorrogação da CPMF até 2011 pela redução significativa ou completa de um ou mais tributos num amplo acordo de reforma tributária. Mais: nessa operação, a CPMF poderia virar imposto permanente, com alíquota menor, caso haja mesmo um acordo em torno da reforma tributária.

O governo argumenta que o imposto do cheque, mesmo que venha a ter reduzida gradativamente a alíquota de 0,38% para 0,30%, é um tributo fundamental para o fechamento das contas públicas e o financiamento da Saúde e de programas sociais.

Nesse contexto, uma CPMF permanente interessaria ao PSDB, que tem dois presidenciáveis na praça, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Faz sentido discutir uma reforma tributária que trocasse a confirmação em definitivo da CPMF como tributo em troca da redução ou extinção de outros.

Com razão, senadores e dirigentes do PSDB desconfiam que esse novo aceno de Lula seja abandonado depois de prorrogada a CPMF, já que o governo petista promete se empenhar por uma reforma tributária desde o primeiro mandato.

Se for apenas um factóide para prorrogar a CPMF, o resultado será o fortalecimento da ala do PSDB que bombardeia tentativas de diálogos e acordos entre tucanos e petistas.

Lula vê economia sem gargalos de infra-estrutura

Rodrigo Postigo

26/11/2007

Na visão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a economia brasileira está operando sem gargalos de infra-estrutura. Em entrevista exclusiva publicada neste domingo pelo jornal O Globo, que durante a semana fez uma série de reportagens sobre gastos públicos, o presidente pareceu ser direto e reto em questões sobre gargalos na produção.

"Não existe", disse Lula ao jornal do Rio.

Na entrevista, o presidente também voltou a negar a intenção de concorrer a um terceiro mandato e disse que "resistirá" aos pedidos para uma nova reeleição, mesmo num cenário em que sua popularidade esteja alta e seu partido, o PT, não tenha um candidato natural à sua sucessão.

"Ninguém me ouviu falar em terceiro mandato. Todo mundo sabe que eu era contra a reeleição. Só não mando um projeto acabando com a reeleição porque fui reeleito", disse Lula segundo o jornal.

"Acredito na alternância de poder. Não sei onde surgiu essa história (de terceiro mandato)."
Questionado sobre quem apoiaria nas eleições presidenciais de 2010, Lula se esquivou: "só irei pensar na minha sucessão a partir de 2009".

"Posso dizer que não tenho nomes (para a sucessão), nem interno nem externo", disse.

No campo da política externa, o presidente defendeu a "autodeterminação dos povos" ao ser questionado sobre o governo venezuelano comandado pelo presidente Hugo Chávez, que defende uma proposta de reforma constitucional que põe fim aos limites para a reeleição presidencial. A proposta será submetida a um referendo.

"Cada país determina o regime político que quer", defendeu Lula. "Por que eu vou ficar criticando ou aplaudindo a decisão da maioria do povo de um país? O regime político da Venezuela, o mandato de um presidente é um problema do povo venezuelano."

"Ao Brasil interessa ter uma relação do Estado brasileiro com o Estado venezuelano", acrescentou.

Nova proposta de reforma tributária pretende padronizar cobrança do ICMS, diz Mantega

Agência Brasil / Vinicius Konchinski

26/11/2007

A proposta de reforma tributária que deve ser encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional prevê a padronização das regras para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Segundo afirmou hoje (23) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a nova legislação, se aprovada, deve acabar com a guerra fiscal entre os estados, que atualmente têm autonomia para fixar alíquotas e isenções locais para o tributo.

Em reunião nesta tarde em São Paulo, o ministro apresentou o projeto do governo a líderes de centrais sindicais. À imprensa, Mantega disse que o objetivo da reforma é simplificar a forma de cálculo e o pagamento dos tributos e, além de incentivar os investimentos que geram empregos.
O ministro afirmou que a reforma resultará na simplificação do sistema tributário brasileiro e na redução do peso dos impostos sobre a economia. “Hoje, temos reclamações de que a carga tributária é elevada e de que o sistema de cobrança é irracional e incide de forma inadequada. A reforma tributária vai racionalizar isso”, avaliou.

Segundo Mantega, a nova legislação deve coibir a sonegação e contribuir para o crescimento da arrecadação do Estado. “Aqueles que não pagam impostos passarão a pagar. Um dos efeitos da reforma é a implantação da nota fiscal eletrônica”, explicou. “Serão combinados os cadastros da União, dos estados e dos municípios, o que aperfeiçoará a cobrança.”

A proposta de reforma agradou aos sindicalistas, mas as entidades pediram que seja incluída a desoneração da folha de pagamento, que não consta do projeto do governo. De acordo com o diretor-executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo, Mantega pediu que os trabalhadores apresentem uma sugestão sobre o assunto.

Vice-presidente da Força Sindical, José Carlos Gonçalves, o Juruna, defendeu que a desoneração da folha de pagamento ocorra como previsto na proposta de reforma tributária encaminhada em 2003 para o Congresso. “A contribuição dos patrões para a Previdência Social poderia ser fixada de acordo com o faturamento da empresa, não sobre o salário dos funcionários”, destacou.

Sobre a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Mantega afirmou que ela não entrará na reforma. A idéia do governo é manter o tributo, com as reduções de alíquotas e isenções já previstas na proposta para prorrogação do imposto em análise no Senado.

O ministro também afirmou que espera que a proposta de emenda à Constituição que prorroga a CPMF até 2011 seja aprovada no Senado até o final do ano, com apoios isolados de senadores de partidos da oposição.

Impostos federais atingirá 16,3% do PIB

Rodrigo Postigo

26/11/2007

A carga dos tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), não incluída a contribuição ao INSS, subirá de 15,46% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 16,29% do PIB este ano, de acordo com previsão que consta do relatório de avaliação de receitas e despesas relativo ao quinto bimestre, encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional esta semana. O aumento da carga em 0,84 ponto porcentual do PIB é a verdadeira “gordura tributária”, ou seja, o avanço que a União fez sobre a renda das empresas e dos trabalhadores neste ano. Essa “gordura” corresponde a R$21,1 bilhões.

Mantida a tendência de arrecadação da União, de estados e municípios ao longo do ano, a carga tributária total do Brasil deve subir em 2007 para 35,3% do Produto Interno Bruto (PIB), com alta de 1,1 ponto porcentual em relação a 2006. É o que estima o economista Amir Khair, especialista em contas públicas. Em 2006, a carga tributária foi de 34,2%. Pelos cálculos do economista, a União seria responsável por 90,5% desse crescimento e os estados, por 6,5%. A alta da contribuição dos municípios foi estimada em 3%. “Os destaques são para o Imposto de Renda e para a Previdência Social, que respondem por 52,9% do crescimento”, destaca Khair. O indicador da carga tributária é obtido pela divisão da arrecadação dos tributos (impostos, contribuições e taxas) da União, estados e municípios pelo Produto Interno Bruto (PIB).

De acordo com o relatório enviado ao Congresso, a arrecadação dos tributos federais administrados pela SRFB, já descontadas as restituições e os incentivos fiscais, deverá atingir R$411,65 bilhões este ano. Em 2006, ficou em R$359 bilhões. O crescimento nominal da receita de tributos federais será, portanto, de R$52,6 bilhões. Em termos reais, o aumento da receita tributária federal será de R$38,66 bilhões. O governo justifica que o forte aumento da arrecadação decorre do crescimento econômico e das medidas de combate à sonegação e evasão fiscal. Segundo autoridades, não houve aumento de alíquota dos tributos ou criação de novo imposto ou contribuição.

A receita que mais cresceu este ano, segundo os dados do relatório, foi a do Imposto de Renda, que passará de 5,45% do PIB em 2006 para 5,74% do PIB. Em termos nominais, o aumento será de R$18,2 bilhões. Os técnicos explicam que essa elevação decorre da melhoria da renda dos trabalhadores e dos rendimentos das empresas. A receita da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) deverá crescer de 3,88% do PIB para 4,05% do PIB,ou aumento nominal de R$12,1 bilhões.